APENAS UMA VEZ...

O roubo no subsídio de Natal - que afectará 3 milhões de famílias, ou seja a imensa maioria dos portugueses - vai render aos gatunos cerca de 800 milhões de euros - informou o «novo» ministro das Finanças, radiante pelo que isto significa em termos da «travar a derrapagem do défice».
E não disse, mas pensou: é assim, com o sacrifício de todos, que damos o patriótico exemplo de defender o interesse nacional...

Por seu lado, o Expresso informa que Américo Amorim e Belmiro de Azevedo estão «entre os mil mais ricos do mundo» - o primeiro ocupa o 212º lugar da lista da Forbes, com uma fortuna de mais de 3, 6 mil milhões de euros; o segundo, com mais de 1, 1 mil milhões, está em 665º lugar no ranking.
E o Expresso não disse, mas não lhe ficava mal dizer, que estamos perante dois exemplos que muito elevam a nossa auto-estima e muito engordam o nosso orgulho nacional...

Eu, que de grande fortunas nada sei, digo apenas que os 800 milhões de euros que, em nome do «interesse nacional» - que é o interesse dos amorins, belmiros & cia. - vão ser roubados a quem trabalha e vive do seu trabalho, deviam ser confiscados, precisamente em nome do interesse nacional, a quem não trabalha e vive à custa da exploração do trabalho dos outros.
E acrescento, depois de feitas as contas, que se esses 800 milhões de euros, em vez de roubados a 3 milhões de famílias, ou seja à imensa maioria dos portugueses, fossem confiscados, por exemplo e para não irmos mais longe, apenas às duas famílias mais ricas, levar-lhes-iam apenas 17% da soma das suas fortunas - o que lhes permitia, ainda assim e mesmo depois do confisco, passar uma boa noite de Natal... Em família...

Voltando ao Expresso: diz ele, preto no branco e em jeito de quem está a anunciar uma descoberta sensacional:

«Não é novidade que bolhas, crises e outras conjunturas económicas negativas são, apesar de tudo, uma oportunidade de aumentar grandes fortunas. Por pior que estejam as economias, o dinheiro não desaparece, apenas muda de mãos».

Pois é: «apenas muda de mãos»...
E, já agora - digo eu - por que não mudar para o outro lado?...
Apenas uma vez, que diabo!...

8 comentários:

Antuã disse...

Os salteadores estão bem instalados.

samuel disse...

E já agora... quando mudar, que seja de vez!

Abraço.

Maria disse...

Subscrevo. Totalmente!!!!

Um beijo grande.

Graciete Rietsch disse...

Bastavam esse dois para captar 800milhões sem prejuducar os que lutam pelo seu pão. Mas há outros onde se pode ir buscar dinheiro sem prejuízo para quem trabalha.
Nem era preciso penalizar tanto os desgraçadinhos do Belmiro e Amorim.

Um beijo.

Pata Negra disse...

Segundo eles, se o Estado é laico não tem sentido o Subsídio de Natal.
Um abraço expresso

Fernando Samuel disse...

Antuã: se estão!...
Um abraço.

samuel: já agora...
Um abraço.

Maria: Já somos dois...
Um beijo grande.

Graciete Rietsch: dividido por eles todos, dava umas migalhas a cada um...
Um beijo.

Pata Negra: ora aí está um poderoso argumento...
Um abraço.

Anónimo disse...

O que se passa actualmente e um descrebilizar do trabalho enquanto componente essencial na produçao de riqueza em prol do capital, como se fosse possivel gerar riqueza a partir do capital. O que se passa e como ´´e dito o dinheiro nao desaparece so muda de maos e ultimamente tem se vindo a verificar um acumular de capital em meia duzia de maos. Este acumular e prejudicial ao proprio sistema pois se nao houver circulaçao de capital nao ha desenvolvimento eonomico, mas como dizia um eminente economista se o capital e deixado sem controlo torna-se irracional.

joao carvalho pedro disse...

Camaradas!
Já viram o que era distribuir 50% da fortuna do Belmirinho pelos mais necessitados do nosso País. Dos
3,6 mil milhões de Euros o "Pobrezinho" só ficava com 1,8mil milhões de euros. Mas o pior era que os outros "glutões" iam fazer uma
campanha de recolha de fundos para
reposição da fortuna do "cujo dito" e lá estava o Zé outra vez a levar no trombone porque nesta coisa de dar música eles são os "Artistas".
Este comentário contem a essência
do Cravo.
A luta continua!
João Pedro