A REPRESENTAÇÃO CONTINUA

Estes políticos da política de direita têm uma capacidade de representação notável. Especialmente quando estão a desempenhar o papel de «oposição», o mais difícil, na medida em que têm que fingir que estão contra uma política com a qual concordam em absoluto e que é igualzinha à que fizeram quando desempenhavam o papel de governo e igualzinha à que farão logo que consigam lá voltar.

Pedro Passos Coelho é um exemplo do que acima se diz.
Fala como se tivesse acabado de chegar, como se nada tivesse a ver com o que fizeram os governos do partido de que é secretário-geral e fala como se fosse portador de uma política diferente da que eles praticaram.
Mais do que isso: tem mesmo a desfaçatez de se apresentar com um anunciado plano de - vejam bem! - «ruptura» com a política do Governo PS/Sócrates.

Decifrando a «ruptura» anunciada, é fácil constatar que se trata de mais do mesmo, ou seja: da mesmíssima política de direita que, há 34 anos, sucessivos governos do PS, do PSD e do CDS-PP, têm vindo a praticar, para desgraça da imensa maioria dos portugueses e para felicidade de uma escassa minoria.

Hoje, no Congresso do PSD, o novo líder laranja não esteve com meias medidas e disse ao que, essencialmente, vinha: é preciso proceder com urgência à revisão da Constituição da República, porque as reformas de que o País precisa passam por mexer na Lei Fundamental do País - o que, decifrado, significa: é preciso tirar da Constituição tudo o que de Abril nela ainda resta depois das sete revisões a que já foi submetida.

Isto é: a representação continua - com música de fundo a cargo dos média dominantes, também eles com longos 34 anos de experiência na tarefa de inculcar no eleitorado a ideia de que PSD e PS são alternativa um ao outro.
Todos fingindo que não sabem que, nesses 34 anos, a política levada a cabo ora pelo PS ora pelo PSD é exactamente a mesma: a política da contra-revolução de Abril.

10 comentários:

Graciete Rietsch disse...

Para eles ruptura significa então eliminar da Constituição tudo o que cheire a Abril.
Os militares de Abril e os que lutaram e lutam por ABRIL não merecem este governo nem estes aspirantes a governo.

Beijos.

svasconcelos disse...

É o teatro da política de direita!
beijo.

Antuã disse...

Do CDS ao PS a mafia é a mesma.

filipe disse...

Este regime corrupto,ilegítimo, desacreditado e esgotado, que arrasta a sua sobrevivência para servir caninamente os interesses dos banqueiros e dos grupos monopolistas, destruindo direitos, exaurindo o país e hipotecando a soberania nacional, tem que ser urgentemente derrotado e substituído por um novo regime democrático, que retome patrioticamente os objectivos originais da democracia de Abril.
Nem Sócrates, nem Passos, nem Portas (entre outros), poderão nele ter lugar.
Forte abraço.

Maria disse...

Já sabemos o que vem aí pela frente. Decerto com o apoio do cds e (às tantas) do ps...

Um beijo grande.

João Henrique disse...

Já ninguém espera novidades por alí, ou seja: PS, PSD e CDS é a «pescadinha de rabo na boca».
um abraço

Graciete Rietsch disse...

Que mais queremos nós quando os contra reolucionários são homenageados pelos nossos governantes!!!!!!

Um beijo.

MR disse...

Sibilinamente... pela calada, às claras, com conventos sem beatos, com beatos e beatas, e, agora, a passos.

samuel disse...

A Constituição é uma espécie de sino que todos estes trastes tentam tocar pra desviar a atenção daquilo que querem realmente fazer.

Abraço.

Fernando Samuel disse...

Graciete Rietsch: temos que correr com eles...
Um beijo.

smvasconcelos: uma peça dramática...
Um beijo.

Antuã: com lupa forte talvez se encontre uma ou outra diferença...
Um abraço.

filipe: é isso: Abril de novo!
m forte abraço.

Maria: sempre têm sido os três a rever a Constituição...
Um beijo grande.

joao l.henrique; três em um...
Um abraço.

Graciete Rietsch: os governantes são, eles próprios, contra-revolucionários...
Um beijo.

MR: ... e sem vergonha...
Um abraço.

samuel: e entretanto desrespeitam-na todos os dias.
Um abraço.