MÃE
De noite
ouvi barulho
na cozinha.
Levantei-me.
Fui ver.
A mãe passava a ferro
os calções que eu devia
levar à escola.
Sentada, mal podia
com o ferro. Longe
um galo nos dizia «o dia aí vai».
Esfrego os olhos estremunhado.
E a mãe:
- O que é, filho? Cuidado
não acordes o pai.
Mário Castrim
8 comentários:
Lembro-me de ler esse no Avante! Era leitora assídua dos pontos naturais...
O amor duro e difícil de quem tinha que acertar as suas vidas pelas mais cruas leis da Natureza...
Abraço.
Um poema à Mãe, Mulher, Lutadora.
Mais um belíssimo poema.
Bjs,
GR
Não li ultimamente nenhuma critica literária que não conotasse negativamente o neorrealismo... textos como este despertam receio em muita gente!
Lindo. Pleno de ternura. E de força...
Um beijo grande
Pois filho, não acordes e Pai...acorda tu, que o pai tem estado a lutar e a mãe também, para teres um futuro, vai para a escola e aprende para além do que te quiserem ensinar.
beijo
Ana Martins: sabes que foi publicado um livro do Castrim com os «Poemas do Avante»?
Um beijo.
samuel: nem mais!
Um abraço.
GR: exacto!
Um beijo.
Membro do Povo: o neo-realismo foi condenado e executado... uma série de vezes...
Um abraço.
Maria: em resumo: à Castrim...
Um beijo grande.
Ana Camarra: outra maneira de dizer (quase) o mesmo...
Um beijo.
Que falta de imaginação esta a de sair de onde se não está.
Que falta de imaginação esta a de se ser sempre eleitoralista.
Pensarão eles que farão melhor trabalho (...) como dissidentes comunicacionalmente assumidos?
Efémera vida "revolucionária"destes
social-democratas "bem pensantes" deixa bem actual o falecido WillY Brandt: comunistas aos 2o anos são os melhores social-democratas aos 40.
JSSS
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