POEMA

POVO SEM LEI E SEM PÃO


Povo sem lei e sem pão
que desesperado esperas,
se te respeitas deveras,
levanta a face do chão.

Tempos houve em que falaste
aos reis de igual para igual.
O próprio rumo real
muita vez o apontaste.

Agora, pávido e frio,
atado de mãos e pés,
nada ouves, nada vês,
tens o coração vazio?

Que destino te vergou
que não poderás vergar,
se vergaste até o mar
quando era negro e só?

Povo sem lei e sem pão
que desesperado esperas,
sê ao menos, como eras,
rebelde na servidão.


Armindo Rodrigues

5 comentários:

Maria disse...

Mais uma vez um poema tão forte, de incentivo à luta...

Um beijo grande

svasconcelos disse...

Sem dúvida, um comovente apelo à luta!
beijos,

samuel disse...

"sê ao menos como eras
rebelde na servidão"...

Quem pode ficar indiferente?

Abraço.

poesianopopular disse...

"sê ao menos como eras"
Talvez fosse suficiente
Então povo porque esperas?
Ergue-te e mostra que és gente!

A pontaria do Armindo sempre afinada - como é possível que as suas palavras continuem actualizadas?

PS.salvo-seja, desculpa aquelas repetições no post anterior ,mas isto acontece a quem tem net através de linha telefónica.
abraço

Fernando Samuel disse...

Maria: à boa maneira do Armindo...
Um beijo grande.

smvasconcelos: uma das características do Poeta.
Um beijo.

samuel: e no entanto há quem fique...
Um abraço.

poesianopopular: bom complemento!
(quanto às repetições: as verdades devem ser ditas muitas vezes...)
Um abraço forte.