POEMA

VIAGEM ATRAVÉS DE UMA TIPOGRAFIA CLANDESTINA


Gritar Liberdade, é fácil
quando existe liberdade.
É fácil defender a liberdade de expressão
num off-set sofisticado
com ar condicionado, telex, telefones,
salário, hora para almoço, avales bancários,
protecção das leis e do governo,
amplas janelas para o Sol, quebrado
por estores de alumínio, docemente.

Assim
ser pela liberdade de expressão
é cómodo e é fácil.

Mas do que estou a falar é doutra coisa.
Se entendeste, o poema está cumprido.
Se não, o poema espera
com a paciência tradicional de todos os poemas.


Mário Castrim

6 comentários:

samuel disse...

Pelo que se vai vendo e lendo... o poema continuará a esperar, pacientemente...

Abraço.

Maria disse...

Cumpriu-se o poema.
E que se cumpra, sempre.

Um beijo grande

Ana Camarra disse...

Fernando Samuel

Quando é dificil é que se avalia...

beijo

Justine disse...

Lembrei-me da história da M."avó", aqui por estes lados há muitos, muitos anos...:))

svasconcelos disse...

Por vezes ocorre-me pensar nisto, no quão fácil é vociferar Liberdade (de expressão, mas não só) quando tudo conflui favoravelmente para esse "grito". E é tão fácil dispor das palavras sem as consusbtanciar em actos...
Infelizmente, ainda há que esperar para que o poema se cumpra em muitos mais, "com a paciência tradicional de todos os poemas".
beijo,
Sílvia

GR disse...

A Liberdade é tão necessário como o ar que respiramos.
Ainda hoje foi dado mais um passo contra a Liberdade.
Lentamente o ar começa a ficar irrespirável. Com paciência e para muitos, o poema terá que esperar.

Bjs,

GR