POEMA DO VERDE PRADO
Enquanto a Lua sobe, o alaúde
soa, ressoa, pertinaz, plangente.
Passa de negro o espectro da virtude
movendo os lábios fervorosamente.
Bale o cordeiro manso, e a voz ecoa
tímida e branda, sonolenta e mole.
Dos prados desce às ruas de Lisboa.
Nem uma aragem na folhagem bole.
Silêncio.
Apurando o ouvido sobre a loisa,
e forcejando o fecho,
parece ouvir-se ao longe qualquer coisa.
É a Terra girando no seu eixo.
António Gedeão
2 comentários:
Na Natureza nada está em repouso. Tudo é movimento. Maravilhoso Gedeão.
Um beijo.
"Tal é o mistério" das coisas se pode ouvir... quando se presta, realmente, atenção!
Abraço.
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