POEMA

POEMA NUMA ESQUINA DE PARIS


Dezenas e dezenas de pessoas passam ininterruptamente ao longo do passeio.
Umas para lá.
Outras para cá.
Umas para cá.
Outras para lá.
Mas cada uma que passa
tem de fazer na esquina um pequeno rodeio
para não se esbarrar com o par que aí se abraça.
Olhos cerrados, lábios juntos e ardentes,
tentam matar a inesgotável sede.
Através dos seus corpos transparentes
lê-se na esquina da parede:

DANS CETTE PLACE A ÉTÉ TUÉ
MAURICE DUPRÉ
HÉROS DE LA RÉSISTANCE:
VIVE LA FRANCE.


António Gedeão

6 comentários:

Graciete Rietsch disse...

Meu grande poeta amigo que eu nunca conheci a não ser através dos seus livros, é por isso que eu gosto tanto de Paris.

Beijos camarada. Belos poemas escolhes.

Maria disse...

O encontro do amor e da resistência numa esquina, em Paris...
Belo!

Um beijo grande.

samuel disse...

"Através dos seus corpos transparentes"...

É muito bom! Que maneira de dizer que os resistentes não morrem em vão!

Abraço.

Justine disse...

Que belíssimo retrato!!

Justine disse...

Que belíssimo retrato!!

Clube do Gato Bêbado disse...

Boa tarde.

Eu comecei recentemente a seguir este blog e tenho de admitir que adorei alguns dos seus textos e poemas. Gostaria de lhe perguntar se não se importava que eu recomendasse a leitura do blog Cravo de Abril no meu blog Drunk Cat Poetry, no qual publico poemas escritos por mim e por outras pessoas.

Abraço de um leitor assíduo =)

Mário Carreiro