POEMA

CHUVA NA AREIA


Terça-feira,
quarta-feira,
quinta,
sexta,
tanto faz.
Ou desta ou doutra maneira,
domingo ou segunda-feira,
nenhuma esperança me traz.

Que eu nem sei bem pelo que espero.
Se aprender o que não sei,
se esquecer o que aprendi,
se impor meu sou e meu quero
se, num ti que eu inventei,
nenúfares boiar em ti.

Que esta coisa que se espera
é no dobrar de uma esquina.
Um clarão que dilacera,
a explosão de uma cratera,
vida, ou morte, repentina.


António Gedeão

3 comentários:

Maria disse...

Há dias em que toda a poesia me sabe a pouco. Depois de reler Gedeão apetece sempre mais...

Um beijo grande.

samuel disse...

Que venha!!!

Abraço.

Graciete Rietsch disse...

sÓ SEI REPETIR O QUE JÁ DISSE SOBRE GEDEÃO. GRANDE CIENTISTA, GRANDE POETA, GRANDE HUMANISTA,SEMPRE PREOCUPADO COM PROBLEMAS SOCIAIS.
UM ABRAÇO AMIGO PARA TI, CAMARADA.