POEMA

VENTO NO ROSTO


À hora em que as tardes descem,
noite aspergindo nos ares,
as coisas familiares
noutras formas acontecem.

As arestas emudecem.
Abrem-se flores nos olhares.
Em perspectivas lunares
lixo e pedras resplandecem.

Silêncios, perfis de lagos,
escorrem cortinas de afagos,
malhas tecidas de engodos.

Apetece acreditar,
ter esperanças, confiar,
amar a tudo e a todos.


António Gedeão

3 comentários:

Graciete Rietsch disse...

Há tardes lindas assim!! mas não todas.

Um beijo.

samuel disse...

Esta é a mais nova canção de Gedeão... :-)))

Abraço.

Fernando Samuel disse...

Graciete Rietsch: acreditemos, então, no que vale a pena acreditar...
Um beijo.

samuel: que eu espero ouvir um dia destes...
Um abraço.