VIDRO CÔNCAVO
Tenho sofrido poesia
como quem anda no mar.
Um enjoo.
Uma agonia.
Sabor a sal.
Maresia.
Vidro côncavo a boiar.
Dói esta corda vibrante.
A corda que o barco prende
à fria argola do cais.
Se vem onda que a levante
vem logo outra que a distende.
Não tem descanso jamais.
António Gedeão
4 comentários:
Que deu uma cantiga curtíssima... mas que gosto muito de cantar.
Abraço.
As palavras que parecem fáceis de Gedeão, mas com tanto lá dentro!
Um beijo grande.
A Maria tem razão. Parecem óbvias e fáceis as palavras do Gedeão, porém carregam tanta profundidade, tanta POESIA, "qual onda que se levanta e distende".
Ele, sim, "sofria" de POESIA!
Um beijo
Gedeão soube fazer da Ciência, poesia e combate social.
Um grande abraço.
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