No passado sábado - dia 12 de Junho - passou, quase sem se dar por ele, mais um Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil.
Percebe-se que o Dia não tenha sido notícia: os média estavam todos virados para a celebração, nesse mesmo dia, da entrada de Portugal e da Espanha na União Europeia, ocorrência que, na opinião do Presidente Cavaco e do ex-Presidente Soares, salvou o País da «bancarrota» e o lançou na senda do «desenvolvimento, do progresso e da modernidade» - como a situação actual exemplifica abundantemente...
Mas voltemos ao Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil:
A Organização Mundial do Trabalho (OIT) aproveitou a ocasião para sublinhar a gravidade da situação em matéria de exploração do trabalho infantil, que afecta cerca de «215 milhões de crianças», mais de metade das quais «são forçadas a executar labores de risco ou sujeitas a outras formas de exploração».
Dito de outro modo: a exploração de mão de obra infantil atinge uma em cada sete crianças no mundo - e cerca de 70% dessas crianças trabalhadoras estão no sector agrícola; 22% no sector de serviços; e 9% no sector industrial (incluindo minas, construção e produção).
A OIT acentua, ainda, que «esta situação não ocorre apenas nos países ditos subdesenvolvidos, é, antes, cada vez mais notada em países com economias avançadas».
É claro que, tanto os «países subedesenvolvidos» como os «países com economias avançadas», são países onde o capitalismo é dominante, e onde, portanto, tudo funciona tendo como base essencial a exploração do trabalho alheio: exploração desenfreada, brutal, selvagem, impiedosa, sem contemplações nem limites - e em que, portanto, nem as crianças são poupadas.
Pode dizer-se, por isso, que a exploração do trabalho infantil é bem o espelho do sistema capitalista dominante.
8 comentários:
O capitalismo tem muitas caras. Todas asquerosas. Esta é uma das piores!
Abraço.
Subscrevo o comentário do Samuel.
Mas ao ler-te lembrei-me do Soeiro Pereira Gomes. Porque seria?
Um beijo grande.
(muito triste, hoje.)
Trabalho infantil, crianças com fome, crianças sem estímulos nem condições para aprenderem a crescer ou crianças mal informadas pela má informação dos seus pais e das próprias escolas são o maior crime da sociedade capitalista.
Um beijo.
Não há remédio para o capitalismo a não ser a sua eliminação.
Este é um dos temas a que sou mais sensível e como tal a minha indignação é infinita... e implacável. Roubar infâncias (seja de que forma for) só pode ser apanágio de um sistema inumano, sem um política de protecção eficaz,sem preocupações sociais. Um sistema cruel e descabido numa sociedade justa, que só tem na mira o lucro para "engordar" uma minoria execrável.
Um beijo.
É um dos lados do capitalismo que a Propaganda não gosta de mostrar e que se esforça por fazer parecer que não existe.
Um Abraço.
Penso que foi Soeiro o primeiro a escrever um livro sobre “o trabalho infantil”,ESTEIROS(1941).
É revoltante fazerem programas televisivos, mostrando crianças a trabalharem para as Multinacionais e esses produtos continuarem a ser comprados.
Bjs,
GR
só é possivel acabar com o trabalho infantil quando acabarmos com o capitalismo, por isso vamos continuar a nossa luta.
a luta continua!
Um Abraço
Enviar um comentário