«A CRISE TOCA A TODOS»

«A crise toca a todos»: eis uma frase repetida todos os dias por todos os governantes do mundo capitalista.
E enquanto isto dizem, vão aumentando o desemprego, aprovam leis que facilitam ainda mais os despedimentos, roubam nos salários e nas reformas, aumentam o custo de vida, enfim, aumentam a exploração de quem trabalha e vive do seu trabalho.

Entretanto, e porque estas medidas incidem sobre a imensa maioria dos cidadãos de cada país, a ideia de que «a crise toca a todos» generaliza-se como verdade absoluta - verdade que todos podemos confirmar, aliás...
Senão vejamos: experimente cada um de vocês olhar para as pessoas que conhece (familiares, amigos, vizinhos, colegas de trabalho):
entre essas pessoas há alguma que não seja «tocada» pela «crise»?
Não há, pois não?:
então, está confirmado: «a crise toca a todos»...


É claro que do outro lado desta imensa maioria brutalmente flagelada pela «crise», há uma imensa minoria, também «tocada pela crise», mas neste caso, pela varinha mágica da crise: são os ricaços, os multimilionários, os senhores do grande capital, cujas fortunas aumentam, aumentam, aumentam sempre...

E os dados não deixam margem para dúvidas: de acordo com um estudo publicado há dias pelo Boston Consulting Group (BCG), «a riqueza em mãos privadas atingiu no ano passado 111 biliões e 500 mil milhões de dólares, o que representa um aumento de 11,5 por cento em relação a 2008».

Estou em crer que se o BCG fizesse as contas até ao fim, concluiria que os aumentos das fortunas da imensa minoria, correspondem, mais coisa menos coisa, ao resultado da exploração da imensa maioria acrescido dos roubos praticados à pala da «crise»...

E como (sempre segundo o estudo do BCG) o aumento dessas fortunas «irá continuar a progredir até 2014, a um ritmo de 6 por cento ao ano», preparemo-nos para o que aí vem - e para os continuar a ouvir dizer, todos os dias, que «a crise toca a todos»...

Preparemo-nos, especialmente, para dar o nosso contributo no sentido de tornar mais forte a luta contra «crise».
Tendo sempre presente que onde está «crise» deve ler-se: capitalismo.
E tendo sempre o socialismo no horizonte.

9 comentários:

Maria disse...

O estudo revelado pelo BCG é obsceno. Não que desconhecessemos que os ricos estarão sempre mais ricos, mas ler assim, a frio... apetece CONTINUAR A LUTA. Que é o que temos de fazer!

Um beijo grande.

Antuã disse...

Cerremos os punhos contra o medo.

svasconcelos disse...

"a crise toca a todos", menos aos esclavagistas da maioria trabalhadora.
beijo

Pedro disse...

Outro estudo indica que Espanha irá permanecer em crise até 2020 e que já daqui a dois anos a taxa de desemprego atingirá, no país vizinho, uns incríveis 30%!!!

Obviamente, se isto é assim aqui ao lado, como irá ser por cá - tão dependente é a economia nacional das relações com Espanha (e o resto da UE)? Em crise até 2040?

Isto só já se recompõe com um novo 25 de Abril - menos do que isso não dá

samuel disse...

Se ao menos a maioria tomasse consciência...
É esse o trabalho.

Abraço.

Graciete Rietsch disse...

O grande mal é a grande maioria não ter consciência da sua força e deixar-se dominar pelo medo e pelas mentiras que cada vez são mais escandalosas.

Um beijo.

Antonio Lains Galamba disse...

e toca a todos! sim senhora. toca é musicas diferentes. e o baile, claro, é outro... sempre ouvi dizer: consoante a música, assim é a dança.

abraço

poesianopopular disse...

A maioria, perdeu a dignidade, e já não se importa de viver das migalhas do capitalismo.
O problema maior é que: O TEMPO NÃO PÁRA, e a LUTA é contra o inimigo temporal.
Abraço

Fernando Samuel disse...

Maria: e apetece bem...
Um beijo grande.

Antuã: e vamos à luta!
Um abraço.

smvasconcelos: eles engordam, engordam...
Um beijo.

O Pedro que procura Inês: aí está uma boa saída...
Um abraço.

samuel: trabalho gigantesco... e demorado... mas para fazer.
Um abraço.

Graciete Rietsch: mas «isto não vai ser sempre assim»...
Um beijo.

ntonio Lains Galamba: temos que mudar o disco e tocar outra música...
Um abraço.

poesianopopular: o tempo não pára e a luta também não.
Um abraço.