POEMA

RETRATO DE MANUEL DA FONSECA


Eram campos campos campos
abertos de humanidade
era um vento que rasgava
apenas a claridade.

Eram palavras jorrando
de um olhar de escaravelho
era um homem inventando
a grandeza de ser velho.

Era terra fome sede
urze tojo trigo vinho
alcateia e almocreve
alfazema e rosmaninho.

Era um fogo aprisionado
uma explosão de romãs.
Era um menino alumbrado
entre as pernas da manhã.


José Carlos Ary dos Santos

4 comentários:

Maria disse...

A falta que este Ary nos faz...

Um beijo grande

manesflama disse...

adoro vir aqui ler os mais variados post mas agora fico encantado com a poesia universal do ary .
muito obrigado por estes maravilhosos momentos .
manesflama.
www.manesflama.blogspot.com

samuel disse...

Que bem o viu!

Abraço.

Fernando Samuel disse...

Maria: sexta-feira vamos estar com ele...
Um beijo grande.

manesflama: já te visitei - e vou voltar.
Um abraço.

samuel: era mesmo assim...
Um abraço.