O casamento entre pessoas do mesmo sexo é a grande questão do tempo que vivemos - este tempo de Natal em que, por hábito e vocação, todos somos bons para todos.
O tema - que os média dominantes tratam como questão «fracturante» que é - provocou já a esperada troca de setas supostamente envenenadas entre o Presidente da República e o primeiro-ministro - coisa pela qual ambos se pelam, como é sabido e que, pelos vistos, está paralavar e durar.
Quem também se pela por coisas dessas é o Louçã, que veio agora dizer que a proposta de lei do Governo que permitirá o dito casamento é inconstitucional - e, por essa e por outras, logo o primeiro-ministro o equiparou a um porta-voz do PR.
Com isto tudo, parece que a questão estará resolvida dentro de seis meses...
Até lá... bom, até lá continuemos a tratá-la com as honras devidas a qualquer questão «fracturante».
Entretanto, outras questões se colocam aos portuguesas - questões não fracturantes, é claro... - e que, por isso mesmo, não cabem no debate em curso e não têm direito ao tempo e ao espaço das têvês, rádios e jornais - nem estarão resolvidas dentro de seis meses, nem pouco mais ou menos.
Refiro-me, por exemplo:
aos mais de dois milhões de portugueses que vivem na pobreza - muitos na miséria, muitos passando fome;
aos milhares de trabalhadores com salários em atraso;
às muitas centenas de milhares que têm trabalho mas o salário não dá para comer;
aos mais de 700 mil desempregados, metade dos quais sem subsídio de desemprego.
Isto para citar, apenas, alguns exemplos, porque a lista é extensa e dramática.
Tão extensa e tão dramática que há quem pense, até, que os responsáveis por estes dramas deveriam ser chamados a contas...
Mas não sejamos impacientes. Tudo se há-de resolver.
Primeiro, as questões «fracturantes».
Depois, as outras, as não fracturantes, as que dizem respeito, apenas, à vida da imensa maioria dos portugueses...
(E, já agora, os pobres, os desempregados, os sem salário, etc, etc, que aproveitem bem o Natal, participando no debate sobre grande questão do tempo que vivemos)
9 comentários:
Neste dia de hoje fiquei sem palavras, depois de te ler...
Um beijo grande
E Bom Natal!
Em cheio!
Grande abraço!
Excelente, parabéns.
Que o Natal seja mais um momento
em que as pessoas acreditem
que vale a pena viver um Ano Novo.
Feliz Natal e Próspero Ano Novo.
Talina
No que diz respeito ao poder de compra, estamos muito próximo, ao 24 de Abril de 74!
No pequeno comercio, nas facturas com prazo de trinta dias, na impossibilidade de cumprir os prazos,os pequenos comerciantes dividem a verba em três e mais vezes, abatendo nas costas do recibo.
No entanto os bens de luxo, não chegam para as encomendas!
Até quando este povo vai suportar tão grande desrespeito pelos seus direitos básicos?
Abraço revolucionário!
O teu post traduz exactamente o que penso. Não é que substime ou irreleve a questão do DIREITO ao casamento a quem quer que seja, independentemente da sua orientação sexual; acho mesmo que é uma expressão da LIBERDADE que todos temos de auferir... mas sobrepôr, ainda mais por questões e questíunculas políticas ps/psd/be, esta questão às de real importância, como a do desemprego, e miséria e fome a ele inerentes, como a perda de direitos laborais, etc, é um desrespeito pelas prioridades sociais que , nesta conjectura de crise, jamais se pode secundarizar!
Muito bom.
Maria: um beijo grande e um bom ano novo...
samuel: grande abraço.
Talina: obrigado e igualmente.
poesianopopular: os bens de luxo em alta são o sinal mais esclarecedor...
Um abraço.
smvasconcelos: é isso tudo, de facto.
Um beijo.
Antuã: um abraço.
Tocas-te na muge.
Um Abraço
antonio hilario: um abraço.
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