A REVOLUÇÃO DE OUTUBRO

Os média dominantes não disseram (nem vão dizer) que o 92º aniversário da Revolução de Outubro foi comemorado em dezenas de iniciativas do mais diverso tipo - convívios, almoços, debates públicos, envolvendo milhares de pessoas - realizadas por todo o País e promovidas por organizações do PCP.
Com tal silêncio, pretendem esses média - propriedade do grande capital - que a sua seja a única versão disponível sobre o assunto, isto é: que desse acontecimento maior da história da humanidade que foi a Revolução de Outubro se saiba, apenas, o que os proprietários desses média querem que se saiba.

É natural que a tal gente não convenha que se saiba que com «a constituição do primeiro Estado operário; com as conquistas civilizacionais - políticas, sociais, económicas e culturais - alcançadas na União Soviética nascida da Revolução de Outubro; com o processo de construção do socialismo então iniciado e os seus êxitos; com as múltiplas repercussões no mundo de todo esse exaltante processo, dando nova dimensão à luta de libertação nacional dos trabalhadores e dos povos e à luta pela paz» - que, com tudo isso (e muito mais), «o mundo mudou num sentido e com um conteúdo jamais verificados até então».

É natural que a tal gente não convenha que se saiba que, ao contrário do que propalam os «historiadores» do sistema e os seus média difundem, a derrota do nazi-fascismo na II Guerra Mundial foi obra essencialmente da União Soviética e do seu glorioso Exército Vermelho - da mesma forma que a URSS desempenhou papel decisivo na luta libertadoras dos povos e na liquidação do colonialismo.

É natural que a tal gente não convenha que se saiba que a ditadura salazarista/caetanista contou, até ao seu último dia de vida, com o apoio dos EUA e das democracias burguesas europeias - e que os que resistiram ao fascismo contaram sempre com o apoio solidário da União Soviética.

É natural que a tal gente só interesse falar da derrota do socialismo, apresentando-a como um «acto libertador» e não como aquilo que, da facto foi: uma tragédia para toda a humanidade - uma tragédia cujas consequências são visíveis nos graves retrocessos civilizacionais verificados nos últimos vinte anos.

É natural que a tal gente não interesse que se saiba... o essencial: que a Revolução de Outubro foi o primeiro grande passo da mais humana e progressista experiência alguma vez tentada; foi a primeira demonstração concreta de que o socialismo é, de facto, a única alternativa ao capitalismo - e que o socialismo é, não apenas possível, mas inevitável.
Com tudo isso evidenciando que a derrota dessa experiência não foi a derrota dos ideais que a sustentaram, os quais, 92 anos depois, permanecem vivos, actuais e carregados de futuro.

A confirmar que «não é ao capitalismo mas ao comunismo que o futuro pertence».

22 comentários:

Graciete Rietsch disse...

Foi tão gratificante ler as palvras que enviaste sobre a REVOLUÇÃO DE OUTUBRO!!!! É exactamente dessa maneira que eu penso e assim tenho tentado transmitir essa opinião. Um grande abraço com orgulho "nos amanhãs que já cá cantam" e com confiança nos que cantarão.

Fel de cão disse...

Concordo com o que escreveu mas não esqueça que a ignorância e até mesmo a desvalorização de factos muito importantes da história nada dizem a esta geração de comentadores e jornalistas. Que dizer do nosso 25 de Abril e dos resistentes ao fascismo que a a maior parte das pessoa nascidas depois de Abril ignoram... Se não ensinam a história do Portugal recente...

Maria disse...

Esqueceram a data. Que é Histórica. Querem até apagar esse dia do calendário. Mas em contrapartida dao eco enorme aos 20 anos da 'queda do muro'. Critérios jornalísticos...

Um beijo grande

svasconcelos disse...

... os dois pesos e duas medidas que os nossos media têm para os diferentes aconteciemntos históricos.
Obrigada. O teu blogue é mais elucidativo e informativo que os (poucos, cada vez mais poucos) jornais que consegui ler hoje.
beijos,

poesianopopular disse...

O pavor que eles sentem, por constactarem a inevitabilidade do SOCIALISMO, como a forma mais justa de vivência para a humanidade, leva-os ao ridículo, de fingir ignorar, a grande conquista dos trabalhadores, que foi a REVOLUÇÂO de OUTUBRO, e, por outro lado festejarem a queda do muro de Berlim,como se ele fosse obra do acaso, e não a consequência da derrota do fascismo.
A cada um de nós cabe desmascarar, como melhor souber, estes falsos (jornalistas)que se prestam a esta maneira ignóbil de deturpar a estória recente.
Grande abraço.

Pata Negra disse...

Que a história desse Outubro nos sirva para fazermos outro, ao menos um por ano /porque um ano nunca seré inteiro se não tiver, outubro, maio, abril e os outros meses.
A História já se fez, resta-nos voltarmos a fazê-la em cada mês!
Cá estamos frente ao monstro! Basta que sejamos muitos!
Um abraço cravo e abril

samuel disse...

É preciso fazer de novo... e como é natural, melhor.
Belo texto!

Abraço.

Manuel Rodrigues disse...

"(...) Já
sobre um monstruoso
bosque de chaminés,
as mãos
de milhões
hasteadas no mastro,
como bandeiras vermelhas,
na Praça Vermelha
ao mais alto se erguem
com ímpeto terrível.
Dessas bandeiras,
de cada dobra,
de novo
como vivo
fala Lénine:
"Proletários,
alerta
para a última batalha!
Escravos,
endireitai
costas e joelhos!
Exército de proletários,
levantai-vos galhardos!
Viva a revolução,
alegre e rápida!
Esta
é a única
grande guerra
de quantas
a história conheceu."
MAYAKOVSKY, Poema a Vladimir Ilytch Lenine

VIVA A REVOLUÇÃO DE OUTUBRO!

Antuã disse...

Seja Abril, Maio ou Outubro a luta continuará até à Libertação.

LGF Lizard disse...

Os finlandeses, estónios, letões, lituanos, polacos, húngaros e checoslovacos sabem em primeira mão e muito bem a "liberdade e a paz" vinda de Moscovo...
E na Segunda Guerra Mundial, só os soviéticos é que lutaram.... onde é que esta gente aprendeu História?
Agora, é natural que se celebre os 20 anos da queda do Muro de Berlim do que os 92 anos da Revolução de Outubro. Tal como em Portugal, celebramos o 25 de Abril e não o 28 de Maio. Isto porque celebramos a liberdade, e não celebramos a opressão.
Aliás celebrar o 7 de Novembro é o mesmo do que celebrar o 28 de Maio. Os saudosistas do comunismo são iguais aos saudosistas do regime salazarista. Aqueles que celebram regimes opressores são aqueles que detinham ou esperam vir a deter privilégios... por isso eu pergunto: quais seriam os tachos que esperariam ter caso houvesse um regime comunista em Portugal? Bufos da STASI, talvez?

Medronheiro disse...

Ia para fazer um comentário mas como imediatamente antes de mim ouvi zurrar não me quis misturar.

Antonio Lains Galamba disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Antonio Lains Galamba disse...

VIVA A REVOLUÇÃO DE OUTUBRO!

Anónimo disse...

Ó LGF lanzudo, porquè no te callas?

Rui Silva

Hilário disse...

Que bela escrita!

ViVa a Revolução de Outubro!

Faremos outra ainda melhor!

A Luta Continua!

Um Abraço

Fernando Samuel disse...

Graciete Rietsch Monteiro Fernandes: e são muitos os amanhãs que já cá cantam...
Um beijo.

Fel de cão: totalmente de acordo; por isso é necessário, dentro das nossas possibilidades, ir combatendo o silenciamento e a deturpação da história.
Obrigado pela visita e pelo comentário.

smvasconcelos: os dois pesos e duas medidas que servem os interesses dos seus donos...
Um beijo.

poesianopopular: e Revolução de Outubro continua a ser o grande pesadelo deles...
Um abraço.
Abraço.

Maria: critérios normais de quem é propriedade do grande capital...
Um beijo grande.

Fernando Samuel disse...

Pata Negra: é assim, sem dúvida - e somos muitos a lutar por Outubro, por Abril, por Maio...
Um abraço e obrigado pela visita e pelo comentário.

samuel: fazer melhor, corrigir erros, aperfeiçoar coisas certas, não desistir...
Um abraço.

Manuel Rodrigues: GRANDE Mayakovsky!
Um abraço.

Antuã: e venceremos!
um abraço.

LGF LIzard: Pois.

Fernando Samuel disse...

Medronheiro: um abraço.

Antonio Lains Galamba: VIVA!
Abraço grande.

Rui Silva: um abraço.

Hilário; teremos mesmo que fazer outra ainda melhor.
Um abraço.

Op! disse...

Por mais que se seja referida a «derrota do socialismo», com ou sem muro não sinto qualquer derrota, antes um golpe profundo que um dia sarará. Mas feridos ou não aqui estamos nós comunistas, de pé sem descanso nesta Luta desmentindo as 100 000 derrotas apregoadas pela reacção! Unidos venceremos!

Fernando Samuel disse...

Membro do Povo: a meu ver, não há dúvida que o desaparecimento da URSS e da comunidade socialista do Leste da Europa foi uma derrota - uma derrota cujas consequências dramáticas são evidentes nos profundos recuos civilizacionais verificados desde então. Mas, como dizes, um dia recuperaremos desta derrota, porque não desistimos de lutar pelo objectivo de construir uma sociedade nova, liberta de todas as formas de opressão e de exploração, socialista, comunista. E venceremos!
Um abraço.

Ana Camarra disse...

A história é escrita de acordo com a vontade de quem a escreve, se deixarmos...

Fernando Samuel disse...

Ana Camarra: e não deixaremos.

Um beijo.