POEMA

OS PEQUENOS PRAZERES


O copo de água fresca
sobre a mesa,
a réstea de luz incendiando
ainda a mão,

as palavras que dão sentido à arte
dos dias a caminho do fim,
"a beleza
é o esplendor da verdade",

o sol
que dos flancos do muro sobe
ao olhar do gato,
o silêncio de ramo em ramo,

a chuva em surdina
na folhagem do jardim
- a chuva e a cumplicidade
de Gieseking e Debussy.


Eugénio de Andrade
(«Os Lugares do Lume» - 1998)

9 comentários:

samuel disse...

Dá vontade de "ir para lá"...

Abraço.

duarte disse...

e a noite passa...
abraço do vale

svasconcelos disse...

Pequenos grandes prazeres, é o que são...
beijos,

GR disse...

São prazeres assim que nos dão, momentos únicos.
Lindo poema.

Bjs,

GR

Justine disse...

Sempre a claridade dentro das palavras, sempre a minha emoção ao lê-las.
Obrigada, amigo, por este magnífico ciclo, que eu queria não acabasse...

Maria disse...

Soubessemos todos nós tirar prazer das pequenas coisas, das coisas simples...

Um beijo grande

Fernando Samuel disse...

samuel: se dá!...
Um abraço.

duarte:... a anunciar a madrugada... e a manhã...
Um abraço.

smvasconcelos: saibamos nós vivê-los...
Um beijo.

GR: estes pequenos-grandes prazeres...
Um beijo.

Justine: infelizmente está quase a chegar ao fim...
Um beijo.

Maria: e é tão fácil!...
Um beijo grande.

Ana Camarra disse...

São as coisas fantasticamente simples!

Fernando Samuel disse...

Ana Camarra: com a simplicidade... das coisas simples...

Um beijo.