O PEQUENO PERSA
É um pequeno persa
azul o gato deste poema.
Como qualquer outro, o meu
amor por esta alminha é materno:
uma carícia minha lambe-lhe o pêlo,
outra põe-lhe o sol entre as patas
ou uma flor à janela.
Com unhas e dentes e obstinação
transforma em festa a minha vida.
Quer-se dizer, o que resta dela.
Eugénio de Andrade
(«O Outro Nome da Terra» - 1988)
5 comentários:
Ah Eugénio, o que tu sofreste com a morte desses teu persa. Mas os poemas fulgurantes que ele te fez escrever!
Como qualquer gato que se preza... :-)))
Abraço.
Ai, os gatos! E como o Eugénio os tributou!
:))
beijos,
Os gatos são seres especiais.
beijo
Por mim o Eugénio é um poeta especial...
Um beijo grande
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