HÁ DIAS
Há dias em que julgamos
que todo o lixo do mundo nos cai
em cima. Depois
ao chegarmos à varanda avistamos
as crianças correndo no molhe
enquanto cantam.
Não lhes sei o nome. Uma
ou outra parece-se comigo.
Quero eu dizer: com o que fui
quando cheguei a ser
luminosa presença da graça,
ou da alegria.
Um sorriso abre-se então
num verão antigo.
E dura, dura ainda.
Eugénio de Andrade
(«Os Lugares do Lume» - 1998)
7 comentários:
E durará...
Obrigada pelo sorriso que me sacaste com este poema.
Um beijo grande
É o triunfo da memória, resgata e perdura o melhor do fomos, e do que somos.
beijos
Ai de quem já não tem vanrandas onde se rever... quando chegou a ser luminosa presença da graça, ou da alegria...
Abraço.
E irá durar - sempre! Uma braço e boa semana...
Maria: um beijo grande.
smvasconcelos: na memória da infância está o melhor de nós?...
Um beijo.
samuel: há sempre uma janela, um postigo que seja...
Um abraço.
amigona avó e a neta princesa: sempre!
Um beijo.
È nessas recordações que nos aquecemos nas noites frias e nos dias sombrios.
beijo graaaaaaaaaaande
Ana Camarra: e se elas são importantes!...
Um beijo graaaaaaaaaaande.
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