Estes são, também, os meus dias. entre gente boa que me ensina, momento a momento, que as coisas simples são as mais profundas de amar. não imagino os meus dias sem estes camaradas. não sei que seria da minha alegria se não houvesse a quinta-feira, dia marcado na memória de todos, para o encontro do Cante. nele, neste som profundo vulcanizado nas dores e alegrias de uma classe, o alentejo inteiro ergue-se para dizer ao silêncio do latifúndio que mesmo quem sofre não se resigna e se levanta, no abraço solidário que o colectivo atira às consciências, mesmo as mais solitárias. na taberna do Lota, meu mestre e meu amigo - tantas e tantas as pescarias na nossa cumplicidade! - entre um medronho e um tinto, entrançados com uma fatia de pão com linguiça, os vermelhos da terra juntam-se para cantar a revolução. sei de cor os caminhos que lá nos levam. como conheço cada um dos corações que por lá habita. quando dão conta da minha chegada riem-se e «picam» logo uma moda... daquelas que sabem que eu muito gosto. ou o «cabelo entrançado», ou esta - da qual vos deixo um bocadinho - «diz a laranja ao limão/ qual de nós será mais doce/ ser leal ao meu amor/ se ele assim para mim fosse».
4 comentários:
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1400696&idCanal=23
António
se ele assim fosse...
beijo
"Toma lá esta laranja
Bebe-lhe o sumo que é tua
Das cascas faz um
barquinho
E embarca para a minha
rua"
Bêjos
Só eles - os alentejanos...
Um abraço grande.
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