às nove e meia da manhã aljustrel estava vestida de gala para receber a alegria matinal do manel. o meu amigo aguardava-me com alegria pueril. os seus olhos - velhos e cegos - estavam plenos de luminosidade talvez só explicável pelo reflexo vermelho do nosso sonho comum! a viagem até ao seixal foi feita entre cantorias e animadas conversas, entre amigos que sabiam ser aquele domingo um domingo diferente, mais belo, mais cheio de abril e maio ainda que setembro, mais profundo na funda comoção de dois amigos que rumavam à mais bonita festa do mundo! à entrada, parecia que a cadeira de rodas tinha ganho meia tonelada, de repente, tamanha a ânsia que transportávamos na garganta, de tanto e tanto querer ver, cá de cima, as pessoas, as bandeiras, a beleza de um ideal materializado no trabalho e dedicação que fez erguer - junto com o mais justo ideal - a mais bonita festa do mundo! passeámos, rimos, comovemo-nos juntos. almoçámos junto de milhares e milhares de camaradas. à hora do lanche, juntou-se-nos o meu irmão tiago e um amigo de infância. Logo houve abraços e festas, e o sorriso transbordante do manel, quando nos dizia: vocês são excelentes criaturas! Somos todos manel, meu querido amigo. São assim os comunistas, como bem prova o mais bonito símbolo, prova de união de operários e camponeses. Antes do comício, da grandiosa e fenomenal carvalhesa, o meu irmão, entre duas imperiais, ofereceu-te um pin onde em letras nós materializamos o sonho. PCP. colocaste-o na lapena, no bolso onde, minutos depois, iria habitar o rubro de um cravo! rente à noite comemos uma sopa de peixe em Santarém. quando entrámos para o carro, para o regresso que adiámos enquanto pudemos, disseste-me: antónio, muito obrigado. Devolvendo-te as lágrimas disse-te obrigado eu! muito sinceramente manel, meu amigo lindo e velho, obrigado eu!
esta foi, esta é, a mais bonita festa do mundo!
8 comentários:
e como te vou comentar se as lágrimas me caem cara abaixo e mal vejo o teclado?
não foi desta vez que conheci o Manel. mas hei-de dar-lhe um abraço, um dia destes.
Obrigada, António
Beijo
Nunca conheci o Manel se não pelas lágrimas que não consigo reter.
Um beijo ao camarada Manel!
"Eles não sabem,
que o sonho comanda a vida!"
Ou, melhor: "eles" sabem-no bem! E por o saberem, por saberem o estímulo que constitui, é que tanto se afadigam para ocultá-lo!
Felizmente, cada dia que passa têm menos sucesso nessa sua obra suja.
Um forte abraço!
A Festa é feita de tudo isso, por isso é o que é.
Um abraço.
A Festa é também,
ternura,solidariedade, carinho, resistência, amizade e forte emoção.
Um momento lindo e comovente.
Obrigada camarada,
Bjs,
GR
Lindo!
A tristeza de pela primeira vez o meu pai não estar presente na festa, foi suprimida pela alegria de encontrar o camarada Manel com um sorriso maior que o mundo, como se esta tivesse sido a primeira de muitas festas. E talvez seja!
Beijos e abraços
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