POEMA

QUEREM O CÉU


Querem o céu, a mística mansão
da alma.
E, se estivessem lá,
queriam a terra, a sórdida morada
da raiz.
Mas é o céu que lhes diz
eternidade,
verdade,
santidade
e descanso.

Assim se pode mistificar
a preguiça,
o pecado,
a mentira
e a transitória vida natural.

O grande tecto azul, porém, não dá sinal
de acolher o aceno.
Afaga as nuvens, e a luz solar
faz o dia maior ou mais pequeno.


Miguel Torga

6 comentários:

samuel disse...

Não há "bicos de pés" com altura suficiente, para uns, nem olhos para entender o embuste, para outros...

Abraço.

Maria disse...

será outra a dimensão...

Um beijo grande

rapariga do tejo disse...

Bom dia Cravo!!

Tenho a sensação que já te li aqui...

Mas é sempre bom reler...

Este poema é profundo demais...

...faz o dia maior ou mais pequeno...

Contigo os dias tornam se tão mais intensos... e um dia o sol brilhará para todos nós!

Até amanhã camarada

Fernando Samuel disse...

samuel: só há qualquer coisa a fazer...
Um abraço.

Maria: a nossa, talvez...
Um beijo grande.

Bom dia, rapariga do tejo: é possível que se trate de uma repetição; às vezes acontece...
Até amanhã, camarada.

Ana Camarra disse...

Pronto é lindo, nada mais!

Beijos mil

Fernando Samuel disse...

Ana Camarra: e que mais se pede a um poema?...
Um beijo.