POEMA

OS OLHOS DAS CRIANÇAS


Atrás dos muros altos com garrafas partidas
bem para trás das grades do silêncio imposto
as crianças de olhos de espanto e de medo transidas
as crianças vendidas alugadas perseguidas
olham os poetas com lágrimas no rosto.

Olham os poetas as crianças das vielas
mas não pedem cançonetas mas não pedem baladas
o que elas pedem é que gritemos por elas
as crianças sem livros sem ternura sem janelas
as crianças dos versos que são como pedradas.


Sidónio Muralha

9 comentários:

samuel disse...

Fantástico!
Entretanto, parece que foram proibidos os cacos de vidro em cima dos muros. Tudo o resto, desgraçadamente, persiste!

Abraço.

amigona avó e a neta princesa disse...

Saio devagarinho...que queres, não consigo comentar! Um abraço...

Maria disse...

Queria ter um colo gigante para o poder dar a todas as crianças que não o têm....

Um beijo grande

Sílvia disse...

Este peoma comove profundamente... muito, muito...
beijos,
SMV

rapariga do tejo disse...

Mais um poema lindíssimo!!

Uns dos livros que marcou a minha existência, foi "Os Capitães da Areia".....

Fica aqui a minha homenagem a todos os Pedros Bala!!!

Um dia o futuro será deles...

Beijo sentido

Ana Camarra disse...

Tantos meninos assim!

Tantos, um só era demais!

beijos

Fernando Samuel disse...

samuel: os cacos de vidro já não é mau...
Um abraço.

amigona avó e a neta princesa: um beijo muito amigo.

Maria: como seria belo!...
Um beijo grande.

Sílvia MV: um beijo amigo.

rapariga do tejo: li os Capitães aos 10 anos de idade: foi um deslumbramento que se manteve até hoje.
Um beijo amigo.

Ana Camarra: sim, um já era demais.
Um beijo.

GR disse...

Extremamente comovente e belo.

GR

Fernando Samuel disse...

GR: É pois.
Um beijo.