DIA 7

Na quarta-feira - a dois dias do termo da campanha eleitoral - a SIC resolveu entrevistar Miguel Portas.
Trata-se de um favorecimento particular e especial ao BE por parte da cadeia televisiva de Balsemão - favorecimento que seria surpreendente numa situação de democracia mediática, mas que não surpreende ninguém nesta bandalheira antidemocrática que é a prática da comunicação social dominante.

Para o dono da SIC, tal como para todos os donos dos média dominantes - que são os donos dos grandes grupos económicos e financeiros - o critério informativo tem como objectivo exclusivo, sempre, a salvaguarda dos seus interesses.
E é à luz desse critério que essa entrevista deve ser entendida.

Os grandes grupos económicos e financeiros têm previamente assegurada a sua vitória nestas eleições - já que, quer ganhe o PS quer ganhe o PSD, é o grande capital que ganha.

O que eles não querem - e os traz apavorados - é que a CDU suba, designadamente captando votos de segmentos do eleitorado do PS descontentes com a política de direita.
Porque se esses votos se deslocarem do PS para qualquer outra força política que não seja a CDU, não há problema: ficam em casa...
O problema, para eles, é se esses votos se deslocam para a CDU, única força que, de facto, combate a política de direita e lhe contrapõe uma alternativa de esquerda.

Ora, é para tentar impedir isso que o BE existe.
E é por isso que os média, propriedade do grande capital, tratam o BE com carinhos maternais.
E é por isso que a entrevista da SIC ao BE não surpreende.

Mas é bem possível que, dia 7, o eleitorado lhes troque as voltas.

12 comentários:

salvoconduto disse...

Repito o que escrevi no Cantigueiro:

Ainda há poucos minutos uma jornalista que estava a fazer uma "análise" às eleições disse mais ou menos isto: "será uma pena se aquela esquerda simpática (leia-se BE) não ficar em terceiro lugar". Logo ela que de esquerda não tem nada...

Ana Camarra disse...

Só me ocorre que SIC é doente em inglês...

Não sei porquê!

beijos

Anónimo disse...

No fecho da campanha, por volta das 23H30, na SIC Notícias, deu direito a mais de dez minutos, em directo, do Comício do BE em Braga, com o abade Louçã a palrar.
É mesmo às escâncaras, o favorecimento. Chega a meter nojo...
Rui Silva

Fernando Samuel disse...

salvo conduto: aí está mais um exemplo da bandalheira (vou registá-lo para, talvez, um dia destes recordar...)
Um abraço.

Ana Camarra: por que será...
Um beijo.

Rui Silva: outro exemplo a juntar a muitos, muitos, muitos exemplos.
Um abraço.

Antuã disse...

Não seria de esperar outra coisa dos sicários.

samuel disse...

Balsemão faz o seu papel, cria o guião e os seus funcionários e alguns (esses sim) colaboradores, debitam o texto...

Abraço.

Fernando Samuel disse...

Antuã: é verdade!
Um abraço.

samuel: está tudo programado...
Um abraço.

Maria disse...

Análise perfeita.
Toda a comunicação social (escrita e falada) se portou, nesta campanha, como os patrões quiseram.
A partir de segunda-feira preparemo-nos para as próximas, sabendo desde já o que vamos encontrar pela frente: mais do mesmo...

Um beijo grande

Maria disse...

Vim agora do salvo. Parece que não fui muito original no comentário acima...
:))

Beijo grande

GR disse...

O Rui Silva viu o desplante, eu vi, todos viram.
Mete nojo tanta injustiça.

Estou confiante na nossa votação!

GR

Anónimo disse...

A mim parece-me que o adversário do PCP não devia ser o Bloco - talvez o PP, o PSD (com quem se coligam em Sintra) e o PS.
Não acha?

Fernando Samuel disse...

Maria: mais do mesmo ou pior...
um beijo grande.

GR: tinhas razão para estar confiante.
Um beijo.

Anónimo: só por distracção alguém pode concluir, do que escrevi, que o BE é o «adversário» do PCP: na verdade, o «adversário» do PCP é a política de direita e os que a promovem e executam;
a política de alianças do PCP nas autarquias é muito simples: nas autarquias onde estamos em maioria, distribuímos pelouros por eleitos das outras forças políticas (sejam de que força forem) que estejam interessados em contribuir para a resolução dos problemas das populações; nas autarquias onde a maioria é de outras forças (sem elas quais forem) os eleitos do PCP estão disponíveis para dar o seu contributo para a resolução dos problemas das populações.
É isto que acho.