CAFÉ
LIII
(Hoje vi no Campo Grande um autêntico rebanho de ovelhas. E outro de carneiros. E outro de homens: nós, os portugueses de mil novecentos e quarenta e tal.)
Olha as ovelhas como são!
Tão diferentes daquelas
verdes ovelhinhas
da minha imaginação
- sim, verdes da cor do limão -
que na infância de outros prados
vinham comer à mão
luas amarelas.
Estas não.
Parecem lama aos bocados
com lã de terra
- os estupores!
Talvez na Primavera
rebentem em balidos de flores.
(Enquanto eu apascento
lobos de vento...)
José Gomes Ferreira
4 comentários:
Cada vez gosto mais deste poeta! Mas tu também estás a escolher bem os poemas:))))
Uma maravilha!!!!
Um beijo grande.
E acertou... na Primavera, nas flores...
só não rebentaram de vez,
os estupores!
Abraço.
Tão lindo!Tão premonitório!
Um beijo.
Enviar um comentário