O Presidente da República decidiu interromper as férias para ir ver os fogos.
Antes, informou a comunicação social - e esta, como lhe competia, informou «os portugueses» da decisão presidencial.
Uma hora depois, o primeiro-ministro tomou igual decisão e fez chegar a notícia à mesma comunicação social, que a divulgou igualmente.
Com «os portugueses» informados da sacrificada interrupção de férias dos dois, lá foram, os dois, ver os fogos, ou seja, fizeram uma reunião com a Autoridade Nacional da Protecção Civil. Da reunião ambos saíram satisfeitos - mais do que satisfeitos: o Presidente saíu «bastante mais descansado» e o primeiro-ministro «bastante menos preocupado».
Porquê?: porque, disse o Presidente, «há uma maior eficácia» no combate aos fogos; e porque, disse o primeiro-ministro, «há um melhor grau de eficácia».
É certo que, dizem os factos, nas duas primeiras semanas de Agosto arderam 58 mil hectares, o que constitui mais do que a soma das áreas ardidas nos anos de 2007 e 2008.
Mas que importância tem isso?
Então não é verdade que, como diz o Presidente, «há uma maior eficácia»?
Então não é verdade que, como diz o primeiro-ministro, «há um melhor grau de eficácia»?
Ora, se eles o dizem...
6 comentários:
Podemos dormir todos muito mais descansados...
Afinal de que adianta falar dos vários acidentes e mortes que já houve entre os bombeiros? É tudo mais eficaz...
Filhos da mãe!
Um beijo grande.
Eles dizem-no, sim, mas para ludibriar a população, pois a verdade é que muitos destes fogos são da responsabilidade governativa, que se escuda em incendiários (que os há, é certo) para justificar a sua inoperância. O desmatamento, as limpezas e desbastes, devem ser promovidos ciclicamente pelas entidades governativas, assim como a devida articulação com a protecção civil e a disponibilização máxima de meios (técnicos e humanos) para o combate aos fogos.
Grande eficácia, pois, e o país arde vergonhosamente. E tristemente...:(
Beijo,
Afirmativo!!! Depois vem aquele senhor que diz tudo sobre os fogos, utiliza uma mão cheia de termos militaróides sobre as operações e os operacionais... e fica tudo em cinzas.
Abraço.
Se eles o dizem temos que os desmentir e exigir-lhes as suas responsabilidades.
Um beijo.
São uns criminosos aldrabões. O país arde a bom arder com aeficácia destes miseráveis.
Pois é verdade, Cravo de Abril, ambos os ilustres políticos da nossa praça ficaram muito mais descansados depois de terem "visto" os incêndios em mapas, quadros e salas de reunião. Muito mais descansados e, julgam eles, muito mais desresponsabilizados. Mas isso, queriam eles!!!
Já agora, para além destas duas personagens, que com enormíssimo sacrifício interromperam as mais que merecidas férias, há uma outra personagem que, ao contrário destas duas, infelizmente parece que não foi de férias e anda para aí a atazanar-nos o espírito da todos. Refiro-me a um actor desta tristíssima tragédia que dá pelo nome de Rui Pereira, e circunstancialmente é o Ministro da Administração Interna do Governo de Portugal.
E xiiiiiiiiii, tanta asneirada que o guião desta personagem contém, caramba!
Merece, por isso, que aqui fique registado este comentário, de modo a que não sejam apenas Cavaco e Sócrates a ... exprimirem o seu escanso e conforto!
Enviar um comentário