CAFÉ
XXXVIII
(A gente da mesa vizinha só fala em dinheiro, negócios de compra e venda... E, no entanto, temos de salvar o mundo, homens. Dar-lhe outro sentido.)
Tudo vendem e compram: sonhos, estátuas de sebo,
palácios para idílios de espectros,
sorrisos de crocodilo,
frio arrancado das lanças...
Só não percebo
porque não vendem luar a metro
e as estrelas a quilo
(para caixões de crianças).
José Gomes Ferreira
4 comentários:
É uma das coisas que mais me assusta nas conversas da gente nas mesas vizinhas.
Abraço.
Infelizmente é o que ainda vamos ouvindo nos jornais, nas televisões , nas mesas vizinhas.
"Levata-te, meu Povo
Não é tarde"
Um beijo.
Chocante o relato do poema. Perturba, preocupa..."outro sentido" para a vida, é urgente.
Beijo,
Fortíssimo o poema do Poeta Militante, que militantemente fez o seu trabalho: deixou-nos as palavras para nelas pensarmos...
Um beijo grande.
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