POEMA

CAFÉ


XXXIII


(O pedestal da Estátua ficou coberto de flores.
Último ritual do Movimento de Unidade Democrática
em torno do monumento de António José de Almeida.)


Montes e montes de flores...

Mais uma vez os nossos mortos
rasgaram o chão
para darem o sol
- o outro, o subterrâneo -
às rosas ardentes
que levámos na mão
como uma bandeira pintada
pelo coração.

Montes e montes de flores...


José Gomes Ferreira

5 comentários:

samuel disse...

"rosas ardentes
que levámos na mão
como uma bandeira pintada
pelo coração."

Este homem conhecia o peso exacto e o sabor das palavras...

Abraço.

Maria disse...

É difícil comentar o Zé Gomes. Cada vez mais. É bom sentir, apenas, as palavras...

Um beijo grande.

Graciete Rietsch disse...

Que se transformaram em cravos ,levando o nosso Poeta a aderir ao Partido onde sempre esteve.

Grande,enorme José Gomes Ferreira.

Um abraço.

svasconcelos disse...

Lindo, este poema. Arrebata... e deixa-nos mudos.
Um beijo,

GR disse...

Lindo poema, cheio de significado em cada palavra.

Bjs,

GR