POEMA

PROVÍNCIA


XXXVI


(Ao porco que todo o dia e toda a noite grunhe
em forma de símbolo debaixo do meu quarto, na casa da senhora Rosinha.)


Eh! vizinho porco,
todo o dia de borco
a fossar na terra onde nasceu!
Ensine ao aldeão
a sua lição
de pensar menos no céu
e mais no chão.

(Na terra, camponês,
também há estrelas
que tu não vês...
Mas hás-de vê-las.)


José Gomes Ferreira

6 comentários:

samuel disse...

Por muito que tarde... verá!

Abraço.

Graciete Rietsch disse...

Verá sim. Como já tenho citado várias vezes "A aurora é lenta,mas avança"(Nicolas Guillen) e José Gomes Ferreira também assim o entendia.

Um beijo.

svasconcelos disse...

Tão lindo!Tão resumidamente certeiro.
Cá no "chão", é onde a luta se reclama, com o olhar posto "nas estrelas" que cintilam os nossos sonhos e pensamentos.
Um beijo,

Justine disse...

Tão belo e tão divertido!

Maria disse...

A questão da terra, sempre...

Um beijo grande.

Fernando Samuel disse...

samuel: se elas estã lá!...
Um abraço.

Graciete Rietsch: avança inelutavelmente.
Um beijo.

smvasconcelos: porque na terra também há estrelas...
Um beijo.

Justine: muito «à Zé Gomes»...
Um beijo.

Maria: e do céu...
Um beijo grande.