COMO É HÁBITO

Chegou o primeiro dos dois submarinos.
O negócio teve origem no Governo PS/Guterres e seguiu os trâmites normais nos governos que lhe sucederam: PSD/CDS/Barroso/Santana/Portas e PS/Sócrates - a confirmar o bom entendimento dos partidos da política de direita também na área dos negócios.

O custo final dos dois submarinos (muito superior ao custo inicial...) é de mais de mil milhões de euros, quantia de que o Governo de Sócrates não dispõe, por causa da «crise», sendo por isso forçado a contrair um empréstimo bancário (ao consórcio Crédit Suisse-First Boston e ao omnipresente BES), excluindo assim (até ver...) a ideia, entretanto divulgada, de realizar o dinheiro necessário para a compra através de um novo aumento de impostos.

Qualquer leigo na matéria (como eu sou) perguntará: para que é que Portugal precisa destes submarinos?; que inimigos ameaçam a nossa soberania (que aliás já não é nossa)?; porquê esta despesa colossal num tempo em que o Governo para colmatar o défice rouba nos salários, aumenta os impostos, etc, etc, etc?
Mas diz quem sabe destas coisas que «os submarinos são fundamentais para a protecção das zonas marítimas» e para «a defesa nacional» - e há até quem lamente que (em vez de apenas dois) não se tenham comprado «os quatro submarinos que estavam previstos».

Entretanto, prossegue (prossegue?...) a investigação iniciada em Agosto de 2006 sobre aspectos «menos claros» deste negócio.
«Menos claros» mas nem por isso anormais, antes pelo contrário normalíssimos da costa no reino da política de direita: na verdade, estão em causa «suspeitas de corrupção e branqueamento de capitais», e suspeitas de que «"luvas" no valor de 80 milhões de euros terão sido pagas a vários intervenientes no negócio».
Suspeitas, entenda-se - e não coisa provada - competindo à tal «investigação» esclarecer tudo, tim-tim por tim-tim, preto no branco, para que todos os suspeitos possam, enfim, dizer: «finalmente!».
E assim será feito. Como é hábito.

7 comentários:

samuel disse...

A bem da soberania e defesa nacional...

Abraço.

poesianopopular disse...

Exactamente!
É um fartar vilanagem, pena é que, nem todos os portugueses merecem este castigo!
Abraço

Antonio Lains Galamba disse...

deixa. sempre sobra imaculada a missa dominical! e, ao domingo (e sabado, segundas, terças, quartas, quintas e sextas) o futebol para a malta distrair.
Golo!!! e amén.

abraço

svasconcelos disse...

Leiga , muito leiga também me questiono para quê tal "coisa" num país cada vez mais pobre, em crise social abismal e que , ao que se saiba, não teve qualquer ameaça de perigo ou invasão?! Contrir um empréstimo, subtraindo-o depois à custa dos salários de quem trabalha, é deveras ofensivo!(no mínimo...)
beijo,

Fernando Samuel disse...

samuel: que o mesmo é dizer «a bem da nação»...
Um abraço.

poesianopopular: estamos no reino das negociatas...
Um abraço.

Antonio Lains Galamba: e as touradas?...
Um abraço.

smvasconcelos:no mínimo, dizes bem...
Um beijo.

Graciete Rietsch disse...

Como é hábito, tudo ficará na paz do Senhor.... até um dia!!!!!!!!

Um beijo.

Fernando Samuel disse...

Graciete Rietsch: sim, até um dia...
Um beijo.