POEMA

COROAI-ME DE ESPINHOS...


Lírios, já não, que me parecem luzes
de luto.
Rosas, pior,
que são a burguesia
das flores
no apogeu.
Tojos arnais, apenas.
Cilícios vegetais
sobre a fronte de quem
tem nojo das carícias do presente.
Tojos arnais, até que possa alguém
ser poeta e ser gente.


Miguel Torga

6 comentários:

Maria disse...

Certeiro!
A culpa será da rosa...

Um beijo grande

samuel disse...

Quando alguns poetas lêem isto... sentirão o bofetão em cheio na cara?

Abraço

vovó disse...

Ui!!...
beijocassss

Fernando Samuel disse...

Maria: da rosa e do carácter...
Um beijo grande.

samuel: se calhar já nem isso sentem...
Um abraço.

vovó: ... gemeu ele...
Um beijo.

Ana Camarra disse...

Na mouche!

beijos

Fernando Samuel disse...

Ana Camarra: há sempre um poema que espera por... eles...
Um beijo.