POEMA

CASA NA CHUVA


A chuva, outra vez a chuva sobre as oliveiras.
Não sei porque voltou esta tarde
se minha mãe já se foi embora
já não vem à varanda para a ver cair
já não levanta os olhos da costura: ouves?
Oiço, mãe, é outra vez a chuva,
a chuva sobre o teu rosto.


Eugénio de Andrade

4 comentários:

samuel disse...

É um arrepio bom... mas dos que doem!

Maria disse...

Hoje não te consigo comentar...
Belo Eugénio, sempre!

Um beijo grande

Ana Camarra disse...

A chuva no nosso rosto, tantas vezes.

beijos

Fernando Samuel disse...

samuel: terrivelmente belo...
Um abraço.

Maria: Percebo...
Um beijo grande.

Ana Camarra: muitas, muitas vezes...
Um beijo.