DESVERGONHA SEM FRONTEIRAS

É por demais conhecida a abertura dialogante do ministro Santos Silva, a sua permanente disponibilidade para ouvir e considerar opiniões mesmo que discordantes das suas, a sua infinita capacidade para construir consensos, etc, etc, etc...
Exemplos disso encontramo-los todos os dias nos média onde o ministro leva a cabo com incontestado zelo a missão de propagandista que lhe está confiada.
É um desses exemplos que aqui vos trago hoje.

Inquirido sobre qual era o ponto da situação em relação ao diferendo PS/PSD em torno da escolha do provedor de justiça, o ministro garantiu, peremptório que «há hipóteses de acordo».
E explicitou as duas razões essenciais que suportam o seu optimismo:
em primeiro lugar: «seria muito bom, razoável, que o PSD fizesse parte da solução para o provedor de justiça»;
em segundo lugar: «confia em que o PSD aceite o nome proposto pelo PS».
Aqui está, então, um exemplo concreto de aplicação concreta do conceito de diálogo do ministro do PS: ele chegará a acordo com todos os que aceitarem as suas propostas...


Mas Santos Silva não é só isto. Ou seja: não é apenas um homem de diálogo e de consensos. Ele é, também, um homem de negócios.
E foi nessa qualidade que avançou o derradeiro «argumento» para o acordo com o PSD: «O PS designa o provedor de justiça e o PSD designa o presidente do Conselho Económico e Social, tradicionalmente do PS».

«Argumento» forte, sem dúvida.
É certo que o facto de ter surgido demasiado tarde, talvez impeça a sua viabilidade imediata. Mas é só uma questão de tempo: porque é do interesse dos dois, mais tarde ou mais cedo o negócio concretizar-se-á.
A confirmar que eles tratam o País como se fosse coisa deles - e tratam os portugueses como bestas, às quais exigem que lhes garantam, através do voto, a perpetuidade no governo.
A confirmar, enfim, que a desvergonha desta gente não conhece fronteiras nem limites.

9 comentários:

Maria disse...

É um homem de consensos e um grande democrata. Do estilo "ou concordas comigo, ou... concordas comigo..."
Mais ainda, distribuem os "pelouros" como se da mesma família se tratasse... trata?

Um beijo grande

Crixus disse...

Parece o rotativismo da monarquia, ora governo eu, ora governas tu. E o mesmo se passa em relação a cargos como o provedor ou o presidente do CES e outros, não só no Estado como na esfera privada.

Anónimo disse...

Agora mais rápida e implacável,a crise ou como queiram chamar-lhe, começa a separar as águas, e o povo começa a escolher a trincheira, onde melhor possa defender os seus interesses,é o reenício da luta de classes, agora a um nível mais vasto.
As atitudes deles começam a reflectir o desespero, assumindo foros do patético.
Abraço

samuel disse...

Cheira-me que o indivíduo é mais um cobarde. Antes de se ter passado de "alma" e bagagens para o lado de Sócrates, antes de estar em maioria absoluta e no poder, nunca o tinha ouvido falar tão alto. Pode ser só impressão minha...

Abraço.

Ana Camarra disse...

Esse senhor é excelentissimo e alternadissimo cavalo (espero que os bichos me perdoem)

beijos

Hilário disse...

Zangam-se as comadres,descobrem-se as verdades.

há nove meses que andam nesta lenga-lenga.

Esta é a Democracia destes senhores!

Um Abraço

Anónimo disse...

Continua a confirmar-se que PS e PSD são a mesma coisa. Todavia, os partidos não são todos iguais. É necessário mudar a agulha para a linha do PCP.

Anónimo disse...

os ideais são os mesmos...
as siglas dos partidos é que são diferentes...
são uns traidores ao povo...

Fernando Samuel disse...

Maria: e são de facto da mesma família: a dos servos do grande capital.
Um beijo grande.

Crixus: é a distribuição do País pelos dois.
Um abraço.

poesianopopular: quer isso dizer que só nos resta... lutar mais.
Um abraço.

samuel: não é impressão tu: o poder entrou nele e deu-lhe a «coragem» de ser besta.
Um abraço.

Ana Camarra: não trates tão mal os cavalos...
Um beijo.

Hilário: é a democracia deles...
Um abraço.

Antuã: É essa a garnde mudança de rumo.
Um abraço.

Julio: e mesmo assim, as siglas são quase iguais...
Um abraço.