POEMA

CANÇÃO BURGUESA


Consolo e delícia
da vida burguesa...

Sete horas em ponto
o jantar na mesa;
café bem quentinho,
conversa tranquila,
e um lençol de linho
esperando o seu dono
para um belo sono...
(Que bom não ter sonhos,
dormir sossegado!)
Já estou acordado,
já salto da cama,
- Maria, Maria,
traga os meus chinelos,
traga o meu pijama...
A alma lavada,
o corpo limpinho,
- Bom dia, vizinha!
- Bom dia, vizinho!

Consolo e delícia
da vida burguesa...
Se isto continua,
morro, com certeza!


Raul de Carvalho

4 comentários:

Justine disse...

Mais uma vez a ironia e a lucidez num poema delicioso!

samuel disse...

Continua... e para já, com tendência a piorar.

Abraço.

Graciete Rietsch disse...

Belo retrato da burguesia endinheirada. Sem objectivos que não sejam a manutenção do seu conforto.

Um beijo.

João Maria Ludugero disse...

Olá, boa tarde!
É um imenso prazer vir aqui e convidá-la a visitar meu blog de POESIAS. Por gentileza, gostaria muito que desse uma esticadinha até lá e deixasse seus coments. Se não for pedir muito, e quiser indicar meu blog a amigos e amigas, te agradeço de coração. Muito mesmo!
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João, poeta.
www.ludugero.blogspot.com