O INIMIGO
Grandes olhos frios espiam esta calma
fictícia em que vives. Olhos de inimigo
que chove sobre ti a sua areia,
migalha-te o futuro, cobiça-te os joelhos,
oferece longas jornas de fome, salários
feitos de medo e asco.
Sobre os campos, as fábricas, o inimigo
sopra no teu querer uma paralisia.
Inventa sombras, disfarça a sua imagem;
a linha que o define, fugidia,
em vão a pensarás, em vão teu lápis
tentará aprisionar o seu contorno.
Mas se avanças um passo logo o vês
nesses olhos que tentam fascinar-te.
Egito Gonçalves
5 comentários:
Mas é preciso dar os passos necessários... em frente.
Abraço.
Agora já nem sequer tenta disfarçar a sua imagem, tal a soberba, tal a impunidade que sente...mas talvez se engane!
Um poema intemporal, mas ontem como hoje, temos de estar alerta e resistir.
Bjs,
GR
O inimigo espreita cada vez mais descaradamente.
Estejamos semore alerta e não abandonemos a luta.
Um beijo.
samuel: e sempre olhando-o de frente...
Um abraço.
Justine: é exacto - e esperemos que se engane...
Um beijo.
GR: enquanto ele existir...
Um beijo.
Graciete Rietsch: nunca nos esqueçamos que ele é o inimigo...
Um beijo.
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