Ontem, os líderes dedicaram-se ao eleitorado do Porto - «do Norte» lhe chamam alguns...
E a ânsia de caça ao voto deu-lhes a inspiração necessária...
Assim, para Louçã, «esta campanha vai decidir-se no Norte» - provavelmente, em vez de «esta campanha» queria dizer «estas eleições»... mas lá ficou o que o líder queria que ficasse: o elogio ao «Norte», susceptível, pensa ele, de arrebanhar uns quantos votos de... agradecimento...
Por seu lado, Passos Coelho, jurou que o povo da «Afurada é pão, pão, queijo, queijo» - e lá no íntimo, o líder pedia a todos os santinhos para que nenhum dos presentes lhe atirasse qualquer coisa do género: contigo é hoje pão, amanhã queijo...
Quanto a Sócrates, o líder dos líderes, decretou que «não há povo como o do Porto».
E, dito isto, agora de duas uma: ou irá dizer o mesmo em, pelo menos todas as capitais de distrito onde se deslocar - o que poderá levar algum espectador atento a retorquir-lhe: seu aldrabão, já disse isso no Porto... - ou não repete o elogio, e corre o risco de alguém, em Braga, em Aveiro, em Coimbra, em Lisboa, etc, lhe gritar: põe os patins e vai para o Porto...
Entretanto, mais ao Centro, na Figueira da Foz, Portas passeou-se... «de cravo vermelho» - a confirmar o que já se sabia: que, neste líder, a desvergonha não tem limites.
Enquanto os líderes se atiravam ao voto como cão a coelho saído da toca, a campanha da CDU prosseguia por todo o País - nuns casos com a prata da casa, noutros casos com a participação de Jerónimo de Sousa e de outros dirigentes do PCP, do PEV e da ID.
Sempre apelando à reflexão e à inteligência dos eleitores; sempre lembrando as causas e os causadores da dramática situação existente; sempre lembrando, e demonstrando, que há uma alternativa à alternância que tem vindo a afundar o País; sempre acentuando que é ao eleitorado português - e não às troikas nacional e estrangeira - que compete decidir sobre o futuro de Portugal.
Foi assim, ontem, em Évora - onde o candidato João Oliveira alertou para outras modalidades de caça ao voto praticadas pelo PS: e contou o caso de um presidente de uma câmara do distrito que «chamou uma centena de trabalhadores precários para lhes prometer que seriam novamente chamados se votassem no PS»... e o caso do cabeça de lista do PS pelo distrito, Carlos Zorrinho (que também é secretário de Estado não sei de quê) que «inaugurou um call-center que já está a funcionar há cinco anos»...
Voto, a quanto obrigas!...
10 comentários:
Ignóbil, tanta falta de seriedade!
É isso: precariedade & call centers! Têm muito a oferecer, não haja dúvida!!!
Vergonhosa a campanha dos "troikistas" e afins.
Um beijo.
Contou sim senhor... que eu ouvi! :-)))
Abraço.
É o vale tudo. Uma vez mais, Paulo Portas mostrou a sua casa para a televisão, o retrato de Winston Churchill, o corredor pintado de vermelho, a mesa que comprou para ler o Trotsky, ao mesmo tempo que lê as memórias do Duque de Palmela.
Tudo para a televisão, tudo ensaiado. O mau gosto, o piroso... vale tudo.
(Jorge)
Fernando Samuel
E hoje o JS tocou em mais um assunto sobre que toda a gente fala à boca pequena: a saída do euro. Cá estaremos porque sobre a renegociação da divida até já o Vice do FMI fala sobre isso. Aquilo que o JS diz é que a vida irá demonstrar que o que ele diz é pertinente.
Vitor sarilhos
Para uns o sonho comanda a vida, para outros é a mentira que os comanda.
Retrato da capanha pouco queiroziano, dado que falta acrescentar a personagem encarnada magistralmente por J. de Sousa.
Adenda: acima, onde se lê capanha, deve ler-se campanha.
E onde vem anónimo, deve ler-se «A Chispa!»
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