AS CRIANÇAS E OS MONSTROS
A criança entrou numa casa de brinquedos e perguntou:
- Tem carícias para vender?
E o homem respondeu: - Essas coisas não temos,
mas vendemos revólveres, metralhadoras
e canhões para crianças subdesenvolvidas
e bombas atómicas
em miniatura
para meninos de fino trato
pagáveis em dez prestações
e com entrega mensal de um monstro
mais ou menos domesticado
ao cliente que tiver praticado o crime atómico
em miniatura
mais horrível do mundo.
Sidónio Muralha
3 comentários:
O horror da guerra através de meninos.
De Sidónio Muralha, claro, que gostava muito de crianças.
Um beijo.
O poeta também tinha armas...
Abraço.
Um grande e actual poema.
Bjs,
GR
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