POEMA

O BEIJO


Hoje, não sei porquê, mas o vento teve um
grande gesto de renúncia, e as árvores acei-
taram a imobilidade. No entanto (e é bem que
assim seja) obstinadamente uma viola organiza
o espaço da solidão. Ficamos sabendo que as
flores se alimentam na fértil humidade. É essa
a verdade da saliva.


José Saramago

4 comentários:

samuel disse...

Há sempre um raio de uma viola... :-)))

Abraço.

Graciete Rietsch disse...

Prosa poética ao som da música, particularmente uma viola.

Um beijo.

Sylvia B. disse...

nao conhecia este;)

S.

Maria disse...

Que beijo saboroso!
Coisa linda!

Um beijo grande.