«NÃO ME PEÇAM RAZÕES...»
Não me peçam razões, que não as tenho,
ou darei quantas queiram: bem sabemos
que razões são palavras, todas nascem
da mansa hipocrisia que aprendemos.
Não me peçam razões por que se entenda
a força da maré que me enche o peito,
este estar mal no mundo e nesta lei:
não fiz a lei e o mundo não aceito.
Não me peçam razões, ou que as desculpe,
deste modo de amar e destruir:
quando a noite é de mais é que amanhece
a cor da primavera que há-de vir.
José Saramago
6 comentários:
Parece um auto-retrato...
Parece que o estou a ouvir dizer isto... simplesmente, como numa entrevista...
Abraço.
Vamos transformar as razões em actos, porque a noite aí está!!!!!
Um beijo.
E sem pedir razões este poema é lindíssimo! E Saramago recorria a estas palavras com alguma frequência...
Um beijo grande.
Muito bonito, este poema!
Um beijo,
justine: pois parece...
Um beijo.
samuel: como se estivesse aqui, a falar connosco...
Um abraço.
Graciete Rietsch: vamos construir a manhã...
Um beijo.
Maria: é muito ele a falar..
Um beijo grande.
svasconcelos: sem dúvida.
Um beijo.
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