«HÁ-DE HAVER...»
Há-de haver uma cor por descobrir,
um juntar de palavras escondido,
há-de haver uma chave para abrir
a porta deste muro desmedido.
Há-de haver uma ilha mais ao sul,
uma corda mais tensa e ressoante,
outro mar que nade noutro azul,
outra altura de voz que melhor cante.
Poesia tardia que não chegas
a dizer nem metade do que sabes:
não calas, quanto podes, nem renegas
este corpo de acaso em que não cabes.
José Saramago
3 comentários:
Bela entrada!
Entra, Saramago... estás em casa.
Abraço.
Começaste muito bem a 'época' Saramago aqui no Cravo. Esperamos os próximos, os possíveis.
Um beijo grande.
Muito bem escreve SARAMAGO!!!!
Mas há-de chegar o dia em que a poesia possa livremente cantar o MUNDO NOVO.
Não foi para ti, querido camarada e PRÉMIO NOBEL, nem há-de ser para mim.
Mas o dia chegará, graças também a ti que por ele sempre batalhaste.
Um beijo.
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