COMBOIO
V
(De um lado para o outro sempre a ouvir este clamor:)
«O teu filho está preso.»
Ah! mas peço-te que não chores, poeta.
Lembra-te de que só tens direito aos gritos dos espelhos dos outros.
À dor fora de ti.
Às insónias caídas dos relógios dos corações alheios.
Aos cardos com sangue de pés de pobres por dentro.
Sim. Abaixo a propriedade privada das lágrimas!
José Gomes Ferreira
4 comentários:
Forte! Sim, as lágrimas tb se choram no colectivo...
Um beijo,
Todos precisamos de ultrapassar as lágrimas com a luta que trará uma nova aurora.
Um beijo.
Por mim dou-as todas. Algumas transformam-se em pérolas...
Belo poema.
Um beijo grande.
Estamos mais habituados a que os poetas chorem as feridas dos filhos dos outros... ou as nossas...
Abraço.
Enviar um comentário