ÁLBUM
XVI
(«Ó papoilas da vingança/a nova cor da esperança/é a vossa cor». A mãe cantava-lhe estes versos. Entretanto consta que no Baleizão mataram uma camponesa: Catarina Eufémia.)
Toda a noite cantaste em voz baixa,
para adormecer o menino,
a canção do Graça:
«Ó papoilas dos trigais...»
Canta, canta,
para o acordares mais.
(Transforma-lhe os dedos
em pátrias de punhais.)
José Gomes Ferreira
3 comentários:
Este poema é Fortíssimo! Até arrepia...
E Vermelha é a cor da esperança!
Um beijo grande.
(e até amanhã!)
O poema, de uma força incontestável, continua absolutamente actual.
Um beijo.
"Canta, canta,
para o acordares mais".
É esse o canto necessário... contra o adormecimento!
Abraço.
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