POEMA

(«Sonata a Kreutzer» tocada por Menuhin,
no Tivoli.)


Que crime confessa Beethoven
nesta sonata?

Matou talvez em sonhos
a Sempre-Apetecida
com mãos de quem não mata.

E agora confessa o crime
- farto do amor eternamente sublime.

(Beethoven:
ai de quem não ama
como quem morre
- na cama.)


José Gomes Ferreira

3 comentários:

samuel disse...

E tem razão...

Abraço.

Justine disse...

A subtil ironia de JGF - e uma belíssima interpretação da sonata!

Fernando Samuel disse...

samuel: este destino nosso de morrermos (quase sempre) na cama...
Um abraço.

Justine: vamos então ouvir a sonata...
Um beijo.