A LIÇÃO

Uns tempos após o 25 de Abril, Mário Soares deu uma entrevista, na sua casa de Nafarros.
A palavra do entrevistado era complementada com fotografias da casa, dos campos em volta, de pormenores da sala, da biblioteca - uma biblioteca composta por, informava o entrevistado, 11 mil livros.
Perante tão volumoso número de livros, alguém comentou ironicamente: «as 11 mil virgens»...

Vem esta relembrança a propósito do artigo de Mário Soares sobre Marx, publicado no último número da Visão.
O texto é... Soares a falar, à sua maneira trapalhona, cheio daquelas aldrabices rascas com as quais fundamenta, quer o seu anticomunismo doentio, quer a sua condição de fervoroso defensor do capitalismo - ao qual usa chamar «socialismo democrático»...
No artigo, Soares exibe um profundo conhecimento de Marx e dá aos leitores da Visão... a lição que eles merecem: uma lição sobre a obra de Marx; sobre o pensamento de Marx; sobre a deturpação do pensamento de Marx levada a cabo por uns tantos totalitários; sobre o que é que Marx queria (ou não queria) dizer quando disse o que disse...

Finalmente, a encerrar a lição, confessa:
«Nunca consegui ler o Capital, de que, aliás, tenho duas edições, uma em português do Brasil e outra em francês» - ou seja: mais duas, a juntar às 11 mil virgens de Nafarros...

13 comentários:

Antonio Lains Galamba disse...

tanto município com falta de virgens destas nas suas bibliotecas...

samuel disse...

Faz-me lembrar da parábola (algo pateta) das 10 virgens e suas lamparinas...
11 mil virgens é muita lamparina e um cheiro insuportável a azeite queimado!

Abraço.

Ana Martins disse...

Sempre me pareceu absurdo ter livros para não os ler...
Por outro lado o Soares sempre conseguiu dar-me vómitos...

Pedro disse...

Ah, ah, ah, ah! Essa das 11.ooo virgens é impagável!

Preguiçoso como sempre foi e já meio ché-ché como anda, o marocas soares deve ler um comic book por outro...

Maria disse...

Ou seja, o homem não conhece, mais, DESCONHECE o Capital...
Virgens serão, e continuarão a ser. 11 mil???

Um beijo grande

J.S. Teixeira disse...

Ana Martins,

Nem mais.

Anónimo disse...

brilhante :)))))))))))!!!!... (o teu texto, claro)

beijocasssss
vovó Maria

CS disse...

Mas António Barreto - o tal da lei - seu peão de brega, quando esteve na Suiça leu 'O Capital' num fim-de-semana e certamente que lhe explicou tudo aquilo que nunca chegou a compreender.

GR disse...

Quando era miúda a minha avó contava que no tempo do Volfrâmio, alguns enriqueceram “muito rapidamente”, para mostrarem a ostentação mesmo não sabendo ler, compravam livros a metro.
Este crápula foi sempre abastado, apesar de ultimamente ter enriquecido “muito rapidamente” e ter as prateleiras com vários metros de livros.
E foi isto Presidente?

Bjs,

GR

irlando disse...

Porque não falamos com realismo.Alguma vez esse Dr. poderia compreender o Karl.
AI! Ai! O exílio em S.Tomé foi tão bom,para passar férias e contar estórias.

Antuã disse...

E o Mário Soares sabe ler?!...

Anónimo disse...

Igual a si próprio...
Abraço

Fernando Samuel disse...

Antonio Lains Galamba: essa é outra história...
Um abraço.

samuel: um verdadeiro fedor...
Um abraço.

Ana Martins: estou em crer que há muita gente a concordar contigo...
Um beijo.

F.: o marocas é «impagável»...
Um abraço.

Maria: se calhar, agora já são mais...
Um beijo grande.

J.S.Teixeira: um abraço.

Vovó Maria: um beijo grande.

CS: explicaram um ao outro o que cada um... sabia...
Um abraço.

GR: as bibliotecas para decorar são uma característica do nosso tempo...
Um beijo.

Irlando: se o lesse, talvez aprendesse alguma coisita...
Um abraço.

Antuã: falar/escrever, pelo menos, sabe...
Um abraço.

Ludo Rex: nem mais.
Um abraço.