POEMA

BELA É A COLUNA NEOCLÁSSICA


Bela é a coluna neoclássica,
o frontão negro, o trono de Luís XV
e o agressivo perfil do galeão espanhol.
Bela é a imagem do primeiro automóvel,
uma partitura de Mozart, os óleos de David
e os trajes que vestiam as damas de Versalhes;
mas nós nos proclamamos nesta hora
a favor da linha ultramoderna do Caravelle,
do Deus de Ernesto Cardenal,
da maneira de pensar de Fidel Castro,
das estridências dos Beatles,
da violência de Rap Brown
e de tanto problema que constitui a medula
deste tempo em que vivemos e sofremos
cheio de fealdade, cheio de miséria;
mas cheio também de uma beleza sem limites,
de uma esperança insuperável
impossível de encontrar nos museus ou na arqueologia.


Domingo Alfonso

6 comentários:

samuel disse...

Lindo!

Justine disse...

Sim, a vida antes dos museus, mesmo imperfeita e às vezes sem beleza.
Extraordinário poema!

Anónimo disse...

Fernando,
Vamos tornar a esperança realidade.

A revolução é hoje!

Fernando Samuel disse...

samuel: é!
Um abraço.

Justine: a vida mesmo como é...
Um beijo.

CRN: por isso lutamos.
Um abraço.

Ana Camarra disse...

Fernando Samuel

Impressionante este poema!

BEIJOS

Fernando Samuel disse...

Ana Camarra: ainda bem que gostaste.
Um beijo.