POEMA

AVISO


A noite que precedeu a sua morte
foi a mais breve de toda a sua vida
Pensar que estava vivo ainda
era um fogo no sangue até aos punhos
A sua força era tal que ele gemia
Foi quando atingia o fundo deste horror
que o seu rosto num sorriso se lhe abriu
Não tinha apenas um único camarada
mas sim milhões e milhões de camaradas
para o vingarem sim bem o sabia
E então para ele ergue-se a alvorada


Paul Éluard


6 comentários:

Justine disse...

Que força esmagadora!

samuel disse...

Como já disse antes... é isto que enlouquece os que mais ou menos expressamente apoiam os carrascos.
Isto, e a avassaladora qualidade dos que sempre escreveram sobre o "nosso lado".

Abraço.

svasconcelos disse...

Colossal, este poema! Uma homenagem a todos os que, como Militão Ribeiro, não morreram em vão quando deram a sua vida a uma causa, a mema que perpetramos.
beijo!

GR disse...

Não morreram em vão, não sofreram em vão, são milhares, milhões que lutam lado a lado!

BJS

GR

Maria disse...

Que felicidade morrer-se assim!

Um beijo grande.

Fernando Samuel disse...

Justine: esmagadora, dizes bem.
Um beijo.

samuel: e essa «avassaladora qualidade» não é de somenos importância...
Um abraço.

svasconcelos: quem morre com dignidade nunca morre em vão...
Um beijo.

GR: somos muitos, muitos, muitos...
Um beijo.

Maria: são felizes todos os que morrem dignamente...
Um beijo grande.