O tratamento dado pelos média dominantes aos acontecimentos da Líbia constitui um brutal acto terrorista contra o dever de informar e contra o direito à informação.
É certo que já se esperava que assim fosse.
Como alguém disse há quase um século, «a primeira vítima da guerra é a verdade» e, de então para cá, tivemos múltiplas confirmações disso.
Mais e pior: a verdade passou a ser a vítima de todos os dias nos média dominantes, cuja tarefa primeira é a de servirem fielmente os interesses dos donos - tarefa que, aliás, cumprem exemplarmente.
No entanto, no caso da Líbia esses média foram - e estão a ir e, tudo indica, irão - mais longe.
Na verdade, sobre esta guerra, já vimos, ouvimos e lemos de tudo:
desde as imagens da «sublevação popular contra Kadhafi» - que, afinal, eram imagens de uma manifestação de apoio a Kadhafi..., até às «reportagens» ditas «ao vivo» - e que, afinal, não passavam de grosseiras falsificações fabricadas em estúdio...
Vimos, ouvimos e lemos, todos os dias, a mentira, a falsificação, a deturpação, a manipulação, a mistificação sobre o que se está a passar:
todos os dias nos é impingida essa banha de cobra que é a «protecção de civis»; e a glorificação dos «rebeldes» e das suas «vitórias»; e o silenciamento sobre as consequências trágicas dos selváticos bombardeamentos - designadamente sobre o banho de sangue que foram os bombardeamentos que antecederam a entrada em Tripoli das forças de ocupação - dos milhares de terroristas da NATO e da Al Qaeda que espalharam o terror.
Estes média até nos contaram, minuciosa e pormenorizadamente, a «prisão do filho de Kadhafi» - e nos mostraram o torcionário Moreno-Ocampo, histérico, a afiar as garras para o condenar à morte...
Isto quando o suposto preso falava aos jornalista no hotel Rixos, em Tripoli...
Do que se passa na Líbia e nesse hotel - cheio de jornalistas que o são, e de jornalistas que o dizem ser, e de agentes da CIA e do M16 disfarçados de jornalistas - vamos tendo conhecimento da verdade graças à acção corajosa e arriscada de alguns jornalistas independentes, entre eles Lizzi Phelan, Mahdi Darius Nazemroaya e Thierry Meyssan.
Por isso são ameaçados quer por «jornalistas» quer pelos agentes da CIA e do M16.
Lizzi Phelan foi ameaçada pelo pessoal da CNN e impedida de utilizar o facebook e o email.
Eis um pequenos extracto de uma entrevista concedida por Thierry Meyssan (TM) à jornalista Silvia Catori (SC):
SC: Nas imagens difundidas pelas televisões aqui vê-se que ao longo destes seis meses, (os «rebeldes») são excitados que atiram para o ar e que não parecem profissionais...
TM: Viu-se com efeito bandos que se agitam e que não são formados militarmente. É pura encenação, não é realidade. A realidade é que todos os combates são travados pela NATO; e quando o seu objectivo é atingido as tropas da NATO retiram. Então, chegam pequenos grupos - vê-se de cada vez uma vintena de pessoas, mas na realidade nunca são vistos em acção.
A acção são as forças da NATO.
Foi assim que se passou sempre em cidades que foram tomadas, perdidas, retomadas, reperdidas, etc... em cada ocasião são sempre as forças da NATO que chegam em helicópteros Apache que bombardeiam. Portanto não são os «rebeldes» que fazem o trabalho militar, isso é anedota! É a NATO que faz tudo. Depois de eles retirarem, então vêm «os rebeldes» fazer a figuração. É isso que você vê difundido pelas cadeias de televisão».
Sobre a entrada das forças de ocupação em Tripoli, diz TM:
As coisas aceleraram-se quando chegou o barco da NATO. São combatentes pertencentes às forças especiais da NATO que estão aqui no terreno e é evidente que tudo pode cair rapidamente.
SC: A sua posição aí não é fácil, Entre os jornalistas você deve ter inimigos que querem a sua pele por ter contraditado a versão deles dos factos...
TM: Sim. Já fui ameaçado por jornalistas estado-unidenses que querem matar-me».
Entretanto, a resistência continua.
E esse é um facto que nem as bombas da NATO; nem as suas «tropas especiais» conjugadas com os seus aliados jihadistas da Al Qaeda; nem o seu silenciamento pelos media, conseguem evitar.
9 comentários:
É preciso um Tribunal Internacional do Povo para julgar esta canalhada.
Um abraço,
mário
Enfim, são criminosos.
Criminosa, tanto a acção da Nato quanto a manipulação da opinião pública!
Abraço!
Basta estar com atenção para ver que a maior parte das "acções" dos "rebeldes" são encenações... e quase sempre muito fracas.
Aqueles tiros para lugar nenhum, sendo que a câmara nunca foca o alvo, ou os tiros directamente para paredes ou para o ar... infelizmente enganam, mas não a todos.
Abraço.
Estas encenações também tiveram o seu lugar na BBC News que transmitiu a Praça Verde, na Índia (cheia de gente), dizendo que era a Praça Verde, em Tripoli.
Na CNN, uma correspondente mostrou um mapa que dava Tripoli, como cidade do Líbano.
A Telesur, hoje, está a noticiar as encenações que foram feitas, 3 dias antes (numa outra praça semelhante à praça Verde), com os ditos "rebeldes" a dispararem tiros para o ar.
De recordar que encenações destas já ocorreram, há oito anos atrás, em Bagdade, quando os americanos derrubaram a estátua de Saddam Hussein. As pessoas que aplaudiram este acto não eram iraquianas, como confirmou um dos repórteres da Al-Jazeera (nessa altura, estação independente). Falavam um árabe que não era o do Iraque.
Posso escrever acerca de outras encenações (talvez mais embustes), durante a guerra do Vietname, com as falsas imagens de astronautas americanos na Lua.
A origem destas fabricações tem um carimbo: «Made In USA», uma nação de mentiras e enganos.
Obrigado pelo teu trabalho. De verdadeira informação.
Um grande abraço.
mário: e um dia, mais tarde ou mais cedo, assim será...
Um abraço.
Antuã: e por isso serão julgados e condenados, um dia...
Um abraço.
Maria João Brito de Sousa: sem dúvida.
Obrigado pela visita e pelo comentário.
Um abraço.
samuel: ó se enganam!: enganam milhões - e esse é o seu grande perigo.
Um abraço.
Miguel Botelho: obrigado pela visita e pela informação preciosa.
do Zambujal: Um grande abraço.
Resumindo, mais uma vez fica provado que a NATO é uma organização criminosa.
Um beijo grande.
Maria: prova provada - a confirmar.
Um beijo grande.
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