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O BANDO DOS QUATRO

O País ficou em estado de choque com a trágica notícia que ontem foi manchete dos jornais:
«Os lucros dos quatro maiores bancos privados caíram 50% no primeiro semestre deste ano».
«E agora?» - perguntavam-se milhões de portugueses, perplexos, consternados, lamentando a triste sorte daqueles pobres banqueiros, ai deles!, coitadinhos, só com metade dos lucros...

Os coitadinhos são: o BPI, o BCP, o Santander Totta e o BES - os quais, como bem se compreende, face a tamanha tragédia, não sabem o que fazer à vida deles.
É certo que os quatro, apesar do trágico rombo nos lucros, ainda assim arrecadaram de lucro nesses seis meses, 396 milhões de euros, qualquer coisa como 2, 19 milhões de euros por dia - mas o que são 2, 19 milhões de euros por dia?: são trocos, uns miseráveis trocos que não dão nem para mandar cantar um cego...

No quadro actual, só há uma solução: o Governo deve, sem demora e em nome do interesse nacional, criar um novo imposto sobre os salários dos trabalhadores e compensar, assim, o bando dos quatro pela tragédia que lhe caiu em cima.

O BANDO DO ESTADO

As nomeações de 11 amigos do Coelho, do Portas e do Cavaco para a Caixa Geral de Depósitos, exemplificam luminarmente o que ia na cabeça do primeiro-ministro quando jurou a pés juntos que não ia levar «amigos, colegas ou parentes» para o aparelho do Estado.

Foi talvez a pensar nisso que o Jornal de Negócios, referindo-se à CGD como banco do Estado, por gralha, lhe chamou «bando do Estado»...
E aí está uma gralha carregada de verdades...


O BANDO DE MASCARADOS

Salvo pelo governo com milhares de milhões de euros dos contribuintes - isto é: nossos - e agora «vendido» ao preço da uva mijona, o BPN é um caso extremamente curioso.
É fácil de perceber que o conjunto de operações, negociatas, golpaças e outros crimes que levaram à falência do BPN só pode ter sido obra de um conjunto de peritos na matéria; assim sendo, é difícil de perceber como é que há apenas um-culpado- um por esses crimes todos...
Creio que neste caso, estamos perante o típico bando de mascarados especialistas em assaltos a bancos, fugindo sem deixar rasto - ou deixando apenas o rasto do pobre pateta desajeitado que no momento crucial perdeu a máscara...