SOLIDARIEDADE
Vamos, dêem as mãos.
Porquê esse ar de desconfiança?
esse medo, essa raiva?
Porquê essa imensa barreira
entre o EU e o NÓS na natural conjugação do verbo ser?
Vamos, dêem as mãos.
Para quê esses bons-dias, boas-noites,
se é um grunhido apenas e não uma saudação?
Para quê esse sorriso
se é um simples contrair de pele e nada mais?
Vamos, dêem as mãos.
Já que a nossa amargura é a mesma amargura,
já que a miséria para nós tem as mesmas sete letras,
já que o sangrar dos nossos corpos é o vergão da mesma chicotada,
fiquemos juntos,
sejamos juntos.
Porquê esse ar de eterna desconfiança?
esse medo, essa raiva?
Vamos, dêem as mãos.
Mário Dionísio
7 comentários:
Ah, se todos nós obedecêsemos ao poeta!
Esse é um caminho que já deveria ter sido feito por muitos milhões...
Abraço.
as mãos estão cerradas... são punhos de ira!
anónimamente eu
Magnifíco, este poema. Mais um que vou partilhar.
Um beijo,
"Sejamos juntos"!!!
Só assim será possível...
Belo poema!
Um beijo grande para ti.
Obrigado, colectivo "Cravo de Abril".
(Jorge)
Faz-me lembrar a Heroica de Lopes Graça "Amor já se aproxima a hora
De darmos as mãos e bailar"
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Um beijo
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