Desculpem a insistência na Líbia, mas as notícias que de lá me me chegam através dos média dominantes a isso obrigam.
Assim, aqui ficam quatro breves observações às noticias de hoje.
1 - Ontem, sublinhei aqui a coincidência (digamos assim...) entre as falas do Obama e do seu criado Barroso, a propósito da tal questão do «homem que manda disparar sobre o seu povo».
E a coincidência continua: dizem os jornais de hoje que um «líder rebelde», em resposta à proposta de negociações feita pelo governo de Kadhafi, afirmou: «não negociamos com quem derrama sangue do seu povo» - ou seja: mais coisa menos coisa, o mesmo que o Obama disse e o fiel Barroso papagueou.
2 - Por outro lado, esse e outros «líderes rebeldes» fizeram saber que desejam ardentemente a intervenção militar dos EUA na Líbia...
O que me leva a pensar que, para Obama, Barroso e respectivos «líderes rebeldes», a questão está em saber quem é que derrama o sangue dos líbios: se for o Kadhafi, estamos perante um acto criminoso, bárbaro, inadmissível, passível de invasão; se forem os marines norte-americanos, estamos perante um acto democrático, libertador, humanitário...
3 - Ainda a propósito de sangue líbio derramado: a crer no que dizem as notícias, nestes combates entre exército líbio e exército rebelde, só as balas do Kadhafi é que matam...
O que me leva a pensar que as balas dos «rebeldes» são absolutamente inofensivas...
4 - «Kadhafi aproveita a inacção ocidental e contra-ataca» - grita, em título, um jornal de hoje, visivelmente impaciente com o atraso da «intervenção da NATO e da ONU», ou seja, dos EUA.
Mas logo outro, paciente, sereno e confiante, põe os pontos nos is: «todas as hipóteses estão em cima da mesa, desde a proibição de voo aos caças de Kadhafi até a uma intervenção no terreno».
E estou em crer que este outro é que está a ver o filme...
5 comentários:
Se algum dia se descobrir petróleo em Portugal, em quantidades interessantes... acho que é dessa que me ponho a andar. É demasiado perigoso!
Abraço.
Bem visto, o ponto 3, muito bem visto.
Para aquele anónimo que veío aqui provocar, dizendo algo como "para vocês, se os EUA atacam, são imperialistas; senão atacam, ai d'el rei", eu vou-lhe contar uma história interessante acerca desse país das oportunidades, «essa terra da liberdade e da justiça», salvo seja.
Entre 1950 e 2002, cerca de mil testes nucleares foram coduzidos pelo exército americano, em Newe Segobia, território pertencente aos índios Shoshone, fazendo desta nação índia americana a mais bombardeada do planeta.
Como a classe política, sediada em Washington e no Pentágono é, na sua maioria, protestante, de origem anglo-saxónica, branca e racista, usar as terras dos índios para conduzir testes nucleares não é grave, até porque a exterminação dos índios já foi decretada há muito tempo.
(Jorge)
As balas dos EUA, porque democraticamente disparadas, são sempre e absolutamente inofensivas... e se alguém tombar os outros é que tiveram a culpa!
Bolas que é demais!
Ainda bem que já estou mais perto das Berlengas :)))
Um beijo grande.
samuel: deus-nosso-senhor nos livre de uma descoberta dessas...
Um abraço.
Jorge: um (bom) exemplo, entre muitos.
Um abraço.
Maria: as balas made in usa são balas boas que só matam os «maus»...
Um beijo grande.
Fernando Samuel
Tenho-me apercebido que os egipcios que estão novamente a ser atacados e mortos na mesma praça de onde conseguiram que o Mubaraque se fosse embora estão agora a ser esquecidos pelos mídia que só se "interessam" pelo Kadafi.
E ainda existem ranhosos que afirmam a "honestidade americana" e do "português?" Barroso.
Só existe uma classificação para gente desta .. FDP.. .
Vitor sarilhos
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