ÁLVARO CUNHAL

Em 31 de Março de 1961 - faz hoje cinquenta anos - o Comité Central do PCP elegeu ÁLVARO CUNHAL secretário-geral do Partido.

Nos dezanove anos que se seguiram à morte de Bento Gonçalves, no Tarrafal (1942), o Partido não teve secretário-geral. E, se se tiver em conta que Bento Gonçalves passou os seus últimos seis anos de vida na prisão, pode dizer-se que o PCP não teve secretário-geral no exercício das suas funções durante 25 anos.

A não existência de um secretário-geral durante um tão longo período de tempo - porque se considerou que, nas condições concretas existentes à altura, era difícil e inconveniente a escolha de um camarada para esse cargo - viria a ter profundas e positivas consequências na evolução do trabalho de direcção, na medida em que contribuiu decisivamente para a criação, a prática e a ulterior institucionalização da direcção colectiva e do trabalho colectivo.
De tal forma que a decisão tomada em 1961 de eleger um secretário-geral não mudou as tarefas e responsabilidades individuais de qualquer dos membros da direcção do Partido.
Tão pouco mudou, antes contribuiu para o seu aprofundamento, os métodos de trabalho colectivo, conceito nascido no decorrer de um longo processo iniciado com a reorganização de 40-41; ampliado e aprofundado nos III e IV Congressos (1943 e 1946) e desenvolvido ao longo dos anos - e que foi ponto de partida para a construção de um outro conceito dele decorrente: o de «colectivo partidário».

Nessa importante reunião de 31 de Março de 1961, o Comité Central procedeu, também, a uma profunda análise ao trabalho de direcção central nos anos anteriores e submeteu a uma severa crítica o desvio de direita que se verificara em vários campos da sua acção no período de 1956-1959.
Tudo isto era o culminar do amplo debate ideológico travado em todo o Partido durante o ano de 1960 - na sequência da fuga de Peniche - e tendo como base dois importantes trabalhos de ÁLVARO CUNHAL: «A Tendência Anarco-Liberal na Organização do Trabalho de Direcção» e «O Desvio de Direita no Partido Comunista Português nos Anos de 1956/1959» (Obras Escolhidas, II Tomo)
O impulso gerado pela correcção colectiva do desvio de direita teve imediatas repercussões positivas na acção, na dinâmica e no conteúdo da intervenção do Partido.

ÁLVARO CUNHAL foi secretário-geral do Partido até 1992.
Ele foi o mais destacado obreiro da construção colectiva que é o Partido Comunista Português.

15 comentários:

João Henrique disse...

Viva o Partido Comunista Português e o seu mais destacado secretário-geral, ÁLVARO CUNHAL.

Um abraço.

Anónimo disse...

Pode ser um pequeno texto, mas dá mais riqueza e força ao vosso colectivo do "Cravo de Abril".
Os meus agradecimentos pela recordação desta data.

(Jorge)

samuel disse...

O trabalho colectivo: esse "bicho" estranho que quase ninguém parece (ou quer) compreender...

E afinal é tão simples...
"Messias, deus, chefes supremos/Nada esperemos de nenhum!/Sejamos nós quem conquistemos/A Terra-Mãe livre e comum!"

E ainda por cima a música não é nada feia! :-)))

Abraço.

Graciete Rietsch disse...

O colectivo partidário é o conceito mais extraordinário do nosso Partido. O Partido somos nós, portanto temos que dar tudo para que, com ele,contribuamos para um Portugal mais justo e mais igual concretizando assim o ideal do nosso nunca esquecido ÁLVARO CUNHAL.

Um beijo.

Maria disse...

Não me atrevo sequer a fazer qualquer comentário. Digo apenas que é provavelmente altura para relermos a imensa obra que nos deixou.

Um beijo grande.

GR disse...

Muito bonito este post.
O nosso querido camarada Álvaro Cunhal deixou-nos um grande acervo. Devemos ler a sua Obra e discuti-la.
A Luta diária não pode ser esquecida, só assim estaremos a respeitar a sua memória e a seguir a nossa convicção, é possível um país com melhor futuro!

Bjs,

GR

Antuã disse...

E aqueles que por suas obras valerosas se vão da lei da morte libertando...

Anónimo disse...

A vossa ideologia poetica ridicula (a tese) foi só criada para colidir contra a corporotocracia (anti-tese) de forma a gerar a sintese, o socialismo-coporativo, a Nova Ordem Mundial.

A vossa ideologia poetica é ridocula, baseia-se na análise superficial da natureza humana tipica de pessoas inclinadas para as artes...de poetas.


"Antony C. Sutton" cura-vos da poesia. Procurem tudo o que conseguirem encontrar.

Anónimo disse...

PS - Agora que a vossa ideologia ridicula já deixou de ser util, agora que a SIntese se está a formar...voçes vão ser deixados para trás :)

Medronheiro disse...

Quantos milhares que prognosticaram a morte do PCP já estão a fazer tijolo?!...

o disse...

Viva este nosso grande colectivo partidário!

E viva também este blog de classe, que eu uso quase como anexo online do Avante! hehe

samuel disse...

Anónimo (11:14):

Os comprimidos, pobre infeliz... olhe os comprimidos!!! :-))) :-)))

A Chispa ! disse...

A eleição de Álvaro Cunhal, para S.G. do PCP em 1961, ao contrário do que diz, não foi como resultado do aperfeiçoamento do trabalho "colectivo de direcção", mas sim o resultado de individualizar esse trabalho e suburdinar o PCP às novas teses revisionistas, anti-revolucionárias aprovadas pelo xx Cong. do PCUS, sob a liderança do renegado Nikita Khrushchiev, no qual A.Cunhal. foi DEDICADO aluno e PERSISTENTE DEFENSOR.

O trabalho "colectivo de direcção" sempre foi uma prática revolucionária presente em todos os Partidos Comunistas, independentemente de terem ou não Secretário Geral. Esta norma aplica-se quando existe um camarada que se destingue de todos os outros, nos vários aspectos politicos teóricos e ideológicos Marxistas-Leninistas, o que não era o caso de A.Cunhal e isso pode ser contastado em toda a sua obra politica escrita.

O seu "combate" ao oportunismo de direita (aliás ultra direita de Fogaça, de afastamento pacífico de Salazar) não passou de uma FARSA e de um meio para impôr as "novas" teses,(AINDA HOJE em VIGÔR) de transição pacífica para o "socialismo". A sua própria tese, de derrube de Salazar, configurada no programa da Revolução Democrática e Nacional é ela própria uma tese de direita e limitada apenas à queda do fascismo, ou seja, limita-se à defesa da "democracia" burguesa constitucional e não coloca em causa a continuidade do capitalismo após a queda do fascismo.
Pode-se dizer, ainda hoje, que a forma como o PCP desenvolve a sua actividade politica CONCILIATÓRIA e COLABORANTE com as politicas de direita dos vários governos,(limitando-se a criticar a forma como os partidos capitalistas gêrem o capitalismo) se deve à influência contra-revolucionária e revisionista do pensamento de Alvaro Cunhal de há 50 anos para cá.

A Chispa!

Anónimo disse...

Os comunicados delirantes de "A Chispa!" são mesmo extraordinários.
Acredito que este maluco vive ao lado de um centro de trabalho do PCP e quando lá passa, grita para a porta de entrada, "Eu é que sou o verdadeiro PCP, ouviram?"

Por mim, que se junte ao outro maluquinho do Anthony Sutton, o tal que não dorme, só de pensar neste blog, para escrever uma mensagem à 1/2 noite e um P.S. às 3 da manhã e que ainda não esclareceu muito bem como é que, alguma vez, os frigoríficos foram inventados no tempo de Karl Marx.

Enfim, há malucos para tudo.

samuel disse...

Pegando na palavra do orador precedente, diria mesmo que o infeliz "CHISPA" deve ter sido "barrado" no pequeno bar desse centro de trabalho... quando deixou de ser possível vender-lhe mais cervejas fiado... coisa que nunca mais perdoou!